Petróleo Regista Ganhos com Otimismo nas Negociações Comerciais Apesar de Potencial Aumento da Oferta Venezuelana

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Os preços do petróleo subiram nesta sexta-feira, à medida que o entusiasmo renovado com possíveis acordos comerciais globais compensou as preocupações com o aumento potencial da oferta venezuelana. A dinâmica reflete o delicado equilíbrio entre os factores geopolíticos, a política comercial e os fundamentos do mercado energético.

Os contratos futuros do Brent tocaram o nível mais alto da última semana, cotando-se a $69,38 por barril (+0,29%), enquanto o WTI norte-americano subiu 0,30% para $66,23. Estes movimentos positivos no mercado petrolífero foram impulsionados sobretudo pela percepção de que novos acordos comerciais poderão reforçar a procura global de energia, mesmo num ambiente de incerteza quanto ao aumento da oferta a partir da Venezuela.

A União Europeia e os Estados Unidos parecem estar prestes a fechar um novo acordo comercial, que poderá envolver tarifas-base de 15% sobre importações provenientes da UE, com possíveis isenções para determinados produtos, segundo diplomatas europeus citados pela Reuters.

Paralelamente, fontes indicam que Washington prepara-se para flexibilizar parcialmente as sanções à petrolífera estatal venezuelana PDVSA, permitindo que empresas como a Chevron retomem operações no país sul-americano. Tal medida poderá significar um aumento nas exportações venezuelanas na ordem dos 200.000 barris por dia – uma notícia vista com bons olhos pelas refinarias norte-americanas que enfrentam escassez de crude pesado.

Apesar desta perspectiva de maior oferta, analistas do ING observam que “o otimismo nas conversações comerciais parece estar a neutralizar as expectativas de reforço da produção venezuelana”.

Do lado da oferta global, interrupções breves na exportação de petróleo do Mar Negro (Cazaquistão) e do porto turco de Ceyhan (crude azeri BTC), bem como relatos de cortes nas exportações russas de gasolina, reforçaram a percepção de fragilidade logística e de possível aperto de mercado no curto prazo.

Além disso, dados da Administração de Informação Energética dos EUA revelaram uma redução semanal de 3,2 milhões de barris nos inventários de crude, mais do dobro da previsão dos analistas (1,6 milhões). Esta contração ajudou a sustentar os preços, num sinal de procura robusta ou limitações de oferta.

Tony Sycamore, analista da IG, destacou que o comportamento do preço do crude esta semana – resistindo e recuperando após quedas – alimenta expectativas de um novo avanço rumo à marca dos $70 por barril.

Contudo, os analistas alertam que os mercados deverão manter-se voláteis, uma vez que os investidores se preparam para uma semana crítica em termos de dados macroeconómicos. Estão no radar os indicadores de actividade fabril na China e, nos EUA, os números de inflação, emprego e novos dados sobre inventários.

Fonte: O Económico

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