Resumo
Os preços do petróleo subiram devido ao risco de disrupção na oferta e ao enfraquecimento do dólar, com investidores à espera da reunião da Reserva Federal dos EUA. Ataques ucranianos a refinarias russas aumentaram preocupações sobre a oferta global, enquanto a expectativa de um corte nas taxas de juro nos EUA impulsionou a procura por ativos energéticos. O Brent subiu para 67,59 dólares o barril e o WTI para 63,45 dólares. Os ataques a refinarias russas e a retórica dos EUA em relação ao comércio energético russo influenciaram os preços. Um dólar mais fraco tornou o petróleo mais acessível para detentores de outras moedas. A reunião da Fed, prevista para 16 e 17 de setembro, poderá influenciar ainda mais a procura por combustíveis, enquanto se aguarda a divulgação dos inventários de crude dos EUA.
Resumo gerado em 16/09/2025 às 10:00
Preços reagem ao risco de disrupção da oferta e ao enfraquecimento do dólar, enquanto investidores aguardam pela reunião da Reserva Federal dos EUA
O mercado petrolífero iniciou a semana em ligeira alta, sustentado por factores geopolíticos e monetários: os ataques ucranianos às refinarias russas reacenderam preocupações sobre a oferta global, enquanto a expectativa de um corte das taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA impulsionou a procura de activos energéticos.
O preço do Brent subiu 15 cêntimos para 67,59 dólares o barril, às 03h54 GMT de terça-feira, após ter encerrado a sessão anterior com um ganho de 45 cêntimos. O West Texas Intermediate (WTI) avançou igualmente 15 cêntimos, para 63,45 dólares, depois de um fecho de 61 cêntimos em alta no dia anterior.
Analistas assinalam que os ataques de drones ucranianos às refinarias da Rússia, responsável por mais de 10% da produção mundial de petróleo, estão a alimentar os receios de interrupções no abastecimento. “O aumento dos receios de disrupções de oferta da Rússia está a apoiar os preços do petróleo”, observou Tony Sycamore, analista de mercado da IG, numa nota a clientes.
O Tesouro norte-americano, por sua vez, endureceu a retórica relativamente ao comércio energético russo. O secretário Scott Bessent declarou que os EUA não imporão novas tarifas sobre bens chineses para forçar Pequim a reduzir a compra de crude russo, a menos que a Europa imponha igualmente sanções pesadas sobre a China e a Índia.
Segundo analistas do JP Morgan, ataques a terminais de exportação, como o de Primorsk, poderão ter impacto significativo sobre a capacidade da Rússia de vender petróleo no mercado internacional. “Mais importante ainda, o ataque sugere uma crescente disposição para perturbar os mercados internacionais de petróleo, o que tem potencial de exercer pressão adicional em alta sobre os preços”, sublinharam.
O enfraquecimento do dólar norte-americano contribuiu igualmente para a tendência positiva. O índice do dólar recuou para mínimos de uma semana, tornando o crude mais acessível para os detentores de outras moedas. “Um dólar mais fraco, impulsionado pelas expectativas de um corte de taxas pela Fed, sustentou o petróleo”, reiterou Sycamore.
Os investidores aguardam agora a reunião do banco central norte-americano, marcada para 16 e 17 de Setembro, na qual é amplamente esperado um corte nas taxas de juro. A descida dos custos de financiamento poderá reforçar a procura por combustíveis.
Por fim, o mercado acompanha as previsões de descida nos inventários de crude dos EUA. Analistas consultados pela Reuters antecipam uma redução de 6,4 milhões de barris na semana terminada a 12 de Setembro, depois de um aumento de 3,9 milhões na semana anterior. Os dados oficiais serão divulgados na quarta-feira.
Fonte: O Económico