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PME’s Moçambicanas Projectam Internacionalização com Apoio do MozExport e Acordos da ZCLCA

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Com a implementação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e o lançamento da campanha MozExport, Moçambique posiciona as suas micro, pequenas e médias empresas (MPME’s) para aproveitarem novas oportunidades de exportação e competitividade regional, apostando na certificação de produtos, na inovação e nas parcerias estratégicas.

A Zona de Comércio Livre Continental Africana abriu novas avenidas para o comércio intra-africano, e Moçambique é um dos países que mais procura alinhar-se a este novo paradigma. O país já realiza trocas comerciais com 47 Estados africanos no âmbito da ZCLCA, sendo que, nos últimos cinco anos, as exportações africanas moçambicanas cresceram 66%, atingindo um total acumulado de 7,1 mil milhões de dólares.

Neste contexto, o lançamento da iniciativa MozExport, liderada pelo Governo, pretende dinamizar a inserção das PME’s nos mercados regionais e internacionais, através de formações, acesso a informação e promoção de parcerias estratégicas.

Certificação: A Chave Para Competir Globalmente

Apesar do entusiasmo, um desafio estrutural persiste: a certificação dos produtos com potencial de exportação. O Presidente da APME, Osvaldo Maute, sublinha que “não basta querer exportar, é necessário compreender as exigências dos mercados-alvo, adequar a linguagem e a embalagem e, sobretudo, obter certificação internacional”. Esta limitação tem impedido muitas pequenas empresas de aproveitar as janelas comerciais já abertas.

A APME tem trabalhado com várias entidades nacionais e internacionais no sentido de apoiar empresas a certificarem-se, elevando os padrões de qualidade e criando condições reais para exportar com sucesso.

Empreendedores com Ambição Global

O programa MozExport tem revelado o enorme potencial e ambição dos empreendedores nacionais. Verónica Rafael, que actua no sector dos produtos naturais para a saúde, manifestou a sua intenção de colocar os seus produtos em mercados europeus e asiáticos: “Prometo melhorar as embalagens, a produção, a qualidade. Vou fazer tudo o que for necessário para crescer neste mercado”.

Fazila Noor Momad, empreendedora no ramo do artesanato, afirmou que a internacionalização é um desejo legítimo e uma meta possível: “Queremos aprender mais sobre exportação e mecanismos para levar os nossos produtos além-fronteiras”.

Além do artesanato e produtos de saúde, o agroprocessamento destaca-se como um dos sectores com maior potencial para aproveitar as oportunidades da ZCLCA. Com apoio à inovação tecnológica e acesso a corredores logísticos do centro, norte e sul do país, os empresários aspiram conectar Moçambique com mercados regionais e globais.

De Maputo ao Mundo: Uma Estratégia Nacional

O arranque da campanha teve lugar em Maputo, mas será expandido a outras províncias, incluindo Gaza, Inhambane e Sofala. Esta descentralização visa garantir que os empresários de todo o país possam conhecer os benefícios do comércio livre continental, os requisitos técnicos e os mecanismos de apoio existentes.

“A grande vantagem é que agora os nossos pequenos e médios empresários têm a oportunidade real de competir com marcas internacionais em pé de igualdade”, destaca Osvaldo Maute.

No evento de lançamento, para além de se discutir a diversificação da produção nacional, abordou-se também o acesso aos mercados e a partilha de experiências com outros países, demonstrando que a ambição das MPME’s moçambicanas é cada vez mais global.

Internacionalizar com Qualidade e Visão Estratégica

A adesão de Moçambique à ZCLCA, aliada à campanha MozExport, está a criar uma nova dinâmica de crescimento para as PME’s nacionais. Com foco na certificação, inovação e parcerias estratégicas, os empresários moçambicanos demonstram estar preparados para dar o salto qualitativo e posicionar Moçambique como um fornecedor competitivo de bens e serviços no continente e além-fronteiras.

A internacionalização deixou de ser uma ambição distante. Está em curso. E começa com qualidade, certificação e visão estratégica.

Fonte: O Económico

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