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Fundo tem apoiado a reabilitação de infra-estruturas públicas em distritos devastados por ataques terroristas
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) já desembolsou mais de 50 milhões de dólares para apoiar a reconstrução de infra-estruturas públicas destruídas em Cabo Delgado, província severamente afectada pela insurgência terrorista desde 2017. A informação foi avançada pelo governador da província, Valige Taubo.
Durante uma cerimónia oficial em que o PNUD procedeu à entrega de dez viaturas e 15 triciclos às autoridades locais – uma doação financiada pelo governo japonês –, Valige Taubo destacou que os fundos foram aplicados na reconstrução de mais de 30 infra-estruturas nos distritos de Palma, Mocímboa da Praia, Quissanga, Macomia, Muidumbe e Nangade.
Segundo o governador, essas infra-estruturas reabilitadas – cujos detalhes não foram especificados – serão entregues formalmente aos governos distritais nos próximos dias, no quadro do Programa de Reconstrução de Cabo Delgado (PRCD).
Por seu turno, Catherine Sozi, coordenadora do PNUD em Moçambique, referiu que os meios entregues permitirão melhorar significativamente a mobilidade das instituições do Estado, sobretudo em zonas remotas, facilitando também o acompanhamento das acções de reconstrução.
A crise humanitária na província continua alarmante. Segundo dados do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), só em Maio passado, os ataques terroristas afectaram mais de 134 mil pessoas em Cabo Delgado.
Em termos de segurança, o cenário permanece instável. De acordo com o Africa Centre for Strategic Studies (ACSS), instituição académica ligada ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos, só em 2024, pelo menos 349 pessoas foram mortas por grupos extremistas islâmicos na região norte de Moçambique – um aumento de 36% em relação a 2023.
Estes dados sublinham a urgência da reconstrução e do reforço institucional nas zonas afectadas, bem como a importância da continuidade do apoio internacional para estabilizar a província e restaurar os serviços essenciais.
Fonte: O Económico