Em conferência de imprensa em Maputo, o responsável repetiu que as autoridades policiais têm usado “meios de dispersão de massas” para travar protestos, referindo que estes são “legítimos”, dando como exemplo o “gás lacrimogéneo”.
“Nestas circunstâncias pode eventualmente haver feridos (…), que são circunstâncias involuntárias”, disse Muchina.
O responsável referiu que “manifestar-se é constitucional”, mas pediu “respeito” para com os outros direitos fundamentais dos cidadãos, indicando que “o direito de uns de ir e vir não pode ser ser colocado em causa por aqueles que se propõem a bloquear vias”.
“Há serviços sociais que são colocados em causa, as pessoas não podem ter acesso aos hospitais, justamente porque alguns entendem que o seu direito tem maior valor em relação aos outros e nestas circunstâncias às vezes há necessidade, sim, de haver dispersão de massas para possibilitar o acesso da via”, disse Leonel Muchina.
A polícia moçambicana disse ainda aos jornalistas que ninguém deve ser coagido a tomar parte de uma reunião ou manifestação, defendendo que as “manifestações violentas” fazem retroceder o desenvolvimento do país.
Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram a vitória a Daniel Chapo.
Os protestos, atualmente em pequena escala, continuam a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.
Desde outubro, pelo menos 357 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a plataforma Decide, que monitoriza o processo eleitoral.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
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Fonte: Notícias ao Minuto