O Presidente da República cumpriu neste domingo o segundo dia da visita de Trabalho à República de Madagáscar. Daniel Chapo foi um dos oradores na 45a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC. A paz e a Segurança e combate ao terrosimo em Cabo Delgado marcaram sua intervenção.
O Chefe de Estado subiu ao pódio, pela primeira vez numa Cimeira Ordinária da SADC, para destacar o facto de o terrorismo, que ja deslocou mais 70 mil pessoas em Cabo Delgado e Nampula, ser uma preocupacao cujas medidas de combate passam por apetrechar as Forcas de defesa e Seguranca.
“A erradicação da ameaça representada pelo terrorismo na província de Cabo Delgado constitui uma das prioridades do Governo da República de Moçambique. Para este fim, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique continuam a revigorar as suas ações para estancar este fenômeno e de onde também estamos empenhados no reforço da capacidade dos nossos militares para a abordagem mais eficaz do terrorismo no quadro da defesa da soberania e da integridade territorial”, declarou.
A par do combate aos terroristas, Daniel Chapo usou a oportunidade de se recordar e agradecer pelo apoio prestado pelos os países da região, através da SAMIM.
“Apraz-nos respeitar e reiterar a gratidão do povo moçambicano a vossas Excelências, a liderança pela determinação e engajamento dos países irmãos da SADC à nossa região no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado. Perderam a vida cidadãos de diferentes países que integravam para além dos feridos. Moçambique continuará a prestar homenagem a estes filhos exemplares que sacrificaram as suas vidas e até a sua integridade em nome da solidariedade e do espírito de irmandade, que norteia a nossa organização e a nossa região da SADC. Reiteramos os nossos votos de encontro e de conforto aos governos irmãos da região da SADC que integraram-se a SAMIM, povos irmãos e as respectivas famílias.”
Porque outro “mal” desestabilizou o país, as manifestações pós-eleitorais, Chapo referiu-se a ele como algo já ultrapassado, em resultado do entendimento dos actores políticos e demais intervenientes sociais, através da assinatura do compromisso político para um diálogo nacional inclusivo e afirmou, em alto e bom som que: “Moçambique está estável política e socialmente, bem como em termos de segurança desde Março, isto graças ao entendimento entre irmãos”.
Mas não desceu do pódio sem enaltecer a anterior presidência da SADC, o Zimbabwe, pelos avanços alcançados no quesito da cooperação regional.
“Gostaríamos de manifestar o apreço de vossas Excelências pelos inúmeros progressos que têm sido alcançados no processo de integração regional, nos planos políticos de paz e segurança, bem como desenvolvimento econômico-social. Estes progressos devem-se a uma sábia liderança e visão estratégica que nos conduz a uma SADC susceptível de responder às expectativas dos seus povos”.
Madagascar assume a presidência da SADC
Um dos marcos da sessão 45 da Cimeira da SADC foi a transição da presidência do órgão, de Zimbabwe para Madagascar, uma acto acompanhado pelos presentes, com destaque para o Rei de Eswatini, dos chefes de Estado de Moçambique, Madagáscar, África do Sul, Botswana, Namíbia e outro.
O Presidente cessante desafiou o actual presidente a continuar a promover a paz e diálogo na região, bem como ao reforço da necessidade de união entre os países, porque acredita que o desenvolvimento da região só poderá vir com a cooperação.
“Os eventos da Semana da Industrialização da SADC são agora uma ocorrência anual e as plataformas facilitam ambientes de intercâmbio para o aprimoramento da industrialização, do comércio e do investimento. Lamentavelmente, nossas exportações continuam a ser impulsionadas por produtos primários e o comércio intrarregional permanece muito inferior ao de nossos negócios com outras regiões. Nossa prosperidade está inevitavelmente ligada ao sucesso de nossos vizinhos, da nossa região como um todo e do continente”, disse Mnangagwa.
Já para Andry Rajoelina, presidente de Madagascar, que assume a presidência da comunidade quando o seu país completa exactos 20 anos como membro, o acto é uma honra ao país.
“Sob a minha presidência, comprometo-me a fortalecer a coesão política e económica para que a SADC fale a uma só voz, porque a nossa força reside na nossa união. Negociar colectivamente com as grandes potências e defender os nossos interesses comerciais, como Goa. Garantir a segurança e a estabilidade, porque não há desenvolvimento sem paz e estabilidade.
Privilegiaremos sempre o diálogo para resolver conflitos. Também aceleraremos os projetos industriais e energéticos regionais e faremos da transformação agrícola uma prioridade para que o Sul possa alimentar-se. É assim que a nossa região se projetará com confiança para o futuro”.
Fonte: O País