Foi no âmbito da visita inserida nas celebrações do 50.º aniversário da Independência de Moçambique, que Aboubacar Said Anli foi recebido em audiência pelo Chefe do Estado moçambicano.
Durante a audiência, as partes abordaram diversos temas de interesse comum, lembrando que ambos países alcançaram a independência no mesmo mês de Junho, em 1975, com apenas 11 dias de diferença.
“Porque, como sabem, a República de Moçambique e a União do Comores alcançaram a independência na mesma época, com 11 dias de diferença. Vocês tiveram a independência no dia 25 de Junho, nós tivemos a independência no dia 6 de Junho de 1955. Então, são 11 dias de diferença. Nós temos o mesmo problema. Nós temos vocês como um país vizinho, onde nós compartilhamos as mesmas fronteiras marítimas”, disse Aboubacar Said Anli.
E por falar em fronteiras marítimas, o governante comoriano sublinhou a necessidade de aprofundar a cooperação bilateral, com reforço na diplomacia.
“Nós solicitamos ao Presidente da República que tenhamos que reforçar nossas relações em termos de segurança. Como sabem que, hoje, a insegurança está crescendo na região, nós solicitamos que as relações entre os dois países fossem elevadas em termos de representação diplomática, aqui em Maputo, como em Moroni”, avançou.
O ministro comoriano destacou igualmente o apoio solicitado a Moçambique para a recuperação das Ilhas Mayotte, reivindicadas pelas Comores desde a independência.
“Nós declaramos quatro ilhas, mas, infelizmente, até hoje, nós não pudemos recuperar as Ilhas Comorianas de Mayotte. O Presidente Daniel Chapo foi muito receptivo”, afirmou.
Outro ponto importante da audiência foi a preparação da primeira Comissão Mista entre os dois países, destinada a consolidar os instrumentos de cooperação em várias áreas. “Nós abordamos a relação para manter rapidamente a primeira comissão mista entre os dois países. Então, ele também deu sua opinião em relação à manutenção dessa reunião, que deve se manter rapidamente”.
Segundo Aboubacar Said Anli, uma reunião técnica já teve lugar no final de 2024, estando os documentos prontos para assinatura. O próximo passo será a definição de uma data para a formalização do acordo.
Fonte: O País