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Preços do Petróleo Recuam Com Preocupações Sobre Crescimento nos EUA e China

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Os preços do petróleo iniciaram a semana em queda, pressionados por sinais de abrandamento económico nas duas maiores economias do mundo – Estados Unidos e China – e por incertezas persistentes nos mercados globais. A Moody’s cortou a notação da dívida soberana americana, enquanto dados oficiais chineses revelaram desaceleração na produção industrial e nas vendas a retalho.

Em Londres, nesta segunda-feira, 19 de Maio, os futuros do Brent caíram 34 cêntimos (0,5%) para 65,07 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) recuou 27 cêntimos (0,4%), fixando-se em 62,22 dólares, com o contracto de Junho a expirar na terça-feira.

Ambos os benchmarks haviam registado ganhos superiores a 1% na semana anterior, sustentados por um acordo entre Pequim e Washington para reduzir tarifas recíprocas. Contudo, os receios renovados sobre o ritmo de crescimento global vieram anular esse optimismo inicial.

“O momento é prejudicial”, afirmou John Evans, analista da PVM, referindo-se ao corte da notação americana. “O impacto imediato pode ser limitado, mas as consequências monetárias poderão revelar-se com o tempo.”

Na China, os indicadores divulgados esta segunda-feira mostraram que, embora o crescimento da produção industrial em Abril tenha superado as expectativas dos analistas, o ritmo geral de expansão perdeu força. O resultado confirma que o caminho para uma recuperação económica sustentada continua incerto, sobretudo num contexto de fragilidade da procura interna e abrandamento global.

Priyanka Sachdeva, analista sénior da Phillip Nova, alertou que “a conjugação entre a perda de dinamismo da economia chinesa e o rebaixamento dos EUA acentua o nervosismo nos mercados de energia”.

Por outro lado, os investidores seguem com atenção as negociações nucleares entre os EUA e o Irão, cujo desfecho poderá influenciar o equilíbrio entre oferta e procura nos mercados petrolíferos. No domingo, o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, declarou que qualquer entendimento deverá incluir um compromisso iraniano de não enriquecimento de urânio – uma posição que foi prontamente criticada por Teerão, alimentando a incerteza quanto ao sucesso das conversações.

Num momento de elevada sensibilidade económica e política, o mercado de petróleo continua exposto a factores múltiplos e imprevisíveis. A evolução das negociações internacionais, o desempenho das economias centrais e os posicionamentos das agências de notação de crédito deverão continuar a moldar o comportamento dos preços nas próximas semanas.

Fonte: O Económico

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