Os preços do petróleo registaram quedas significativas nos mercados globais na última sexta-feira, após o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exercer pressão sobre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Arábia Saudita para reduzir os preços dos barris. Este movimento é parte de uma estratégia mais ampla para aumentar a produção de crude nos Estados Unidos e conter os custos de energia a nível global.
Movimentação no mercado
Na sexta-feira, 24/11, os contratos futuros do Brent crude caíram 50 cêntimos, situando-se em 77,95 dólares por barril às 00h44 GMT, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) perdeu 31 cêntimos, atingindo 74,31 dólares por barril. Estes recuos refletem uma resposta direta às declarações de Trump no Fórum Económico Mundial, em Davos, onde o Presidente afirmou que exigiria da OPEP a redução nos custos do petróleo.
Anúncio de Trump e reacções do mercado
No seu discurso, Trump também revelou planos de pedir à Arábia Saudita um aumento no pacote de investimentos dos EUA, de 600 mil milhões para 1 trilião de dólares, uma proposta ambiciosa que, segundo analistas, poderá trazer implicações para o sector energético global.
Por outro lado, as incertezas relacionadas às tarifas norte-americanas e a possibilidade de um aumento na produção interna de crude nos EUA pressionaram ainda mais os mercados. Os analistas destacam que a postura de Trump em relação à energia, ao mesmo tempo em que busca maior independência energética, também gera volatilidade nos preços globais.
Impacto nos estoques de petróleo dos EUA
Apesar da queda nos preços, os estoques de crude nos EUA mantiveram-se como um factor de equilíbrio. Segundo o relatório da Administração de Informação de Energia (EIA), os inventários caíram para 411,7 milhões de barris na semana que terminou em 17 de janeiro, marcando a nona semana consecutiva de declínio e atingindo o menor nível desde março de 2022. Essa diminuição nos estoques evitou quedas ainda mais acentuadas nos preços do petróleo.
Reflexões e perspectivas
As acções de Trump destacam o papel crucial da política norte-americana no cenário energético global. Enquanto os Estados Unidos buscam reforçar a produção interna e reduzir a dependência de petróleo estrangeiro, essas estratégias também levantam questões sobre o impacto no equilíbrio dos mercados e na relação com países produtores, especialmente membros da OPEP.
À medida que o mercado reage às mudanças nas políticas energéticas, o futuro dos preços do petróleo permanece incerto, mas é evidente que as dinâmicas políticas e económicas continuarão a desempenhar um papel central na determinação dos seus rumos.
Fonte: O Económico