O gesto insere-se num memorando de entendimento assinado entre a Primeira-Dama e a CEO da fundação, Rasha Kelej, visando o reforço
da formação médica e a promoção da educação inclusiva para raparigas em situação de vulnerabilidade.
Durante uma audiência concedida aos dois ministérios, Gueta Chapo anunciou que das 140 bolsas, 100 são destinadas à formação de médicos e enfermeiros moçambicanos, em áreas consideradas críticas para o sistema nacional de saúde, enquanto as restantes 40 visam apoiar raparigas de comunidades vulneráveis no prosseguimento dos seus estudos.
O ministro da Saúde, Ussene Isse, saudou a iniciativa como “uma boa nova para o sector da saúde” e afirmou que as bolsas irão contribuir para a formação acelerada de especialistas em áreas prioritárias. “Temos área de cancro, área médica, área cirúrgica para adultos e crianças […], cuidados paliativos, hipertensão, diabetes, neurocirurgia, cuidados intensivos, tratamento da coluna. São valências que o nosso país precisa”, explicou.
Para o governante, a formação dos quadros nacionais é uma resposta directa ao Programa Quinquenal do Governo, nomeadamente no eixo da transformação social e demográfica, e representa um avanço importante na redução da dependência externa em matéria de cuidados especializados. “Com esta oportunidade iremos reduzir gradualmente esta dependência e vamos tornar o sector de saúde cada vez mais forte, mais robusto e mais equitativo para o povo moçambicano”, garantiu.
Isse assegurou ainda que o processo de selecção será rigoroso e transparente. “Estes critérios de selecção serão critérios muito objectivos e transparentes, e serão publicados para todos tomarem
conhecimento como é que as pessoas serão elegíveis. Teremos que obedecer e seguir os critérios para haver justiça social”, declarou.
Já a ministra da Educação e Cultura, Samaria dos Anjos Tovela, agradeceu as bolsas dirigidas às raparigas carenciadas e destacou o seu impacto transformador na permanência e sucesso escolar de estudantes provenientes de contextos desfavorecidos. “Recebemos informação de bolsas de estudo para as nossas crianças […], principalmente para os nossos alunos mais carenciados”, referiu.
Segundo Tovela, as bolsas irão abranger estudantes do ensino primário, secundário e superior, sendo a selecção orientada pelo mérito académico e vulnerabilidade social. “Estamos a falar de todas as províncias, vermos quem são as meninas que têm as melhores notas e que efectivamente também enfrentam dificuldades para a continuação dos estudos”, adiantou.
A governante enfatizou que o apoio da Primeira-Dama tem sido fundamental na inclusão educativa. “Só com a formação é que as nossas crianças, os nossos jovens, os nossos adultos, podem contribuir para o seu desenvolvimento pessoal e para o desenvolvimento das suas famílias […]. A educação é a chave do desenvolvimento do capital humano”, concluiu.
Além das bolsas hoje anunciadas, a ministra sabe que o Gabinete da Primeira-Dama está a mobilizar mais apoios para beneficiar um universo mais amplo de estudantes. “Há bolsas também ao nível do Gabinete […], 450 bolsas. É um processo que está a sendo efectivamente recorrente de mobilização de recursos”, indicou.
Fonte: O País