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«Quero seguir um caminho individual, com Jardim ficou tudo bem»

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Licenciado em Educação Física pela Universidade do Porto, trabalhou durante 16 anos ao lado de Leonardo Jardim. Foi do Desp. Chaves ao Mónaco, passou pelo Beira-Mar, Sp. Braga e Olympiakos, esteve no Sporting e teve as últimas experiências no Al-Hilal, Al-Ahli e Al-Rayyan.

Fez, por isso, parte da conquista da Liga dos Campeões Asiática em 2021 e dos campeonatos da Grécia, França, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Trabalhou de perto com estrelas como Mbappé ou Bernardo Silva, Falcão ou Fabinho, até com nomes grandes como Ruben Amorim e Nuno Gomes.

Agora, aos 41 anos, assume o desejo de se tornar treinador principal.

Nesta quarta parte da entrevista ao Maisfutebol, Miguel Moita aborda o período vivido no Médio Oriente, e de que forma o impulsionou a seguir este caminho a solo.

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Para mim, a adaptação mais difícil foi mesmo o facto de não estar com a minha família. O ano em que decidi ir sozinho talvez tenha sido aquela parte mais complicada de ultrapassar, porque de resto, adapto-me muito bem a todos os contextos, a trabalhar é para trabalhar. Percebes que são leis diferentes, são culturas diferentes, há hábitos diferentes, mas eles vivem bem com isso, tu respeitas, eles respeitam-te a ti e as coisas acabam por se regular.

Quando chegámos à Arábia Saudita o futebol já estava mais avançado, mas mesmo assim não estava o que é agora. Existe uma aposta muito maior agora e claramente feita a longo prazo, a pensar no Mundial 2034. Para além do investimento que se tem feito a nível das contratações, há esse desejo de transformar o futebol a longo prazo. Disso não há dúvidas. Os próprios jogadores locais estão a evoluir também. Até já há um jogador da Arábia Saudita a jogar na Roma, o que há uns anos era impensável. Sem dúvida que há uma maior qualidade neste momento.

Houve um processo muito complicado nos últimos tempos com o Al-Rayyan, no Qatar. Em conjunto com outros colegas, íamos apresentar-nos no início da época e o clube disse que não era preciso. Numa altura em que ainda tínhamos contrato, a equipa já tinha partido para estágio, com elementos técnicos novos. Tivemos de meter o processo na FIFA. Eu com a minha vida toda preparada para viver no Qatar, até para a minha família que se ia juntar a mim lá e acontece isto. Então dou por mim a pensar que teria de priorizar a minha vida e pensei em Portugal. Já tinha esse pensamento, de que um dia poderia seguir um caminho individual, e todo o envolvimento fez-me procurar estabilidade para mim e para a minha família, algo que já andava a falhar há alguns anos, mudando de clube recorrentemente. Com o Leonardo ficou tudo bem, falámos abertamente sobre o assunto e eu adorava trabalhar com ele, mas acabei por priorizar a minha vida. 

Neste momento encontro-me de facto à procura de outro desafio. Sempre tive este bichinho e ao longo dos anos fui aprendendo e idealizando as coisas conforme as circunstâncias. Agora gostava de ter a oportunidade de ser treinador principal. Sei que patamares mais elevados são complicados neste momento, naturalmente, mas quero dar passos bem assentes na minha carreira.

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Fonte: Mais Futebol

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