O documento apresentado, na semana passada, defende que as forças envolvidas no conflito estão deliberadamente atacando a população civil cometendo atrocidades, incluindo crimes de guerra em larga escala no país africano.
“Perseguição e extermínio”
O relatório lista vários atos que também podem ser considerados crimes contra a humanidade, incluindo perseguição e extermínio.
O grupo de investigadores indica que tanto as Forças Armadas Sudanesas quanto as Forças de Apoio Rápido, RSF, foram responsáveis não apenas por ataques diretos e em larga escala contra civis.
Elas cometeram atos de destruição de infraestrutura essencial à sobrevivência, incluindo centros médicos, mercados, sistemas de alimentação e água e campos acolhendo deslocados do conflito que eclodiu em abril de 2023.
O documento revela que os paramilitares são responsáveis por vários crimes contra a humanidade durante o cerco de Al-Fasher, na região ocidental de Darfur.
De acordo com a missão mandatada pela ONU, “nenhum dos lados respondeu imediatamente aos pedidos de comentário”.
Destruição de meios de subsistência
O documento atribui às RSF a prática de “crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos em larga escala, violência sexual e de gênero, roubos e destruição de meios de subsistência às vezes culminando em perseguição e extermínio”
A Missão de Apuração de Fatos é presidida por Mohamed Chande Othman e integra outros três peritos que investigaram os abusos. Uma das bases analisadas foi o relatório com mais de 200 entrevistas, muitas delas com sobreviventes de violência, além de material em vídeo e depoimentos de entidades civis.
Centenas de milhares de pessoas ainda vivem sitiadas no último reduto do Exército sudanês em al-Fasher, capital do estado de Darfur do Norte, agora a linha de frente do conflito.
O documento indica que as RSF e seus aliados usaram a fome como método de guerra, privando civis de acesso a artigos básicos como alimentos e medicamentos.
Fonte: ONU