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RENAMO em Transição: Desafios da Liderança de Ossufo Momade Após a Morte de Dhlakama

Resumo

A RENAMO, partido político moçambicano, enfrenta desafios desde a morte de Afonso Dhlakama em 2018, com Ossufo Momade a liderar num contexto pós-conflito. A dissidência de Mariano Nhongo, oposição ao DDR e tensões internas têm gerado instabilidade. O impedimento de Venâncio Mondlane no 7° Congresso em 2024 causou controvérsia e críticas, refletindo insatisfação de antigos guerrilheiros com a nova liderança. Promessas não cumpridas geraram desilusão, levando a ameaças de ocupação da sede nacional do partido. Num contexto político competitivo, a liderança de Momade é questionada: representa continuidade do projeto de Dhlakama ou uma rutura com o seu legado histórico? A situação atual da RENAMO é crucial, com descontentamento e incertezas a marcar o cenário político do partido.

Por: Gentil Abel

A RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), uma das maiores forças políticas de Moçambique, continua a atravessar um período complicado e cheio de desafios desde a morte de Afonso Dhlakama, seu líder histórico, em 2018. A trajectória do partido, está sendo marcada por pressões internas que testam a capacidade de liderança de Ossufo Momade, que assumiu a presidência da RENAMO no contexto da reconstrução pós-conflito.

Desde o início de sua liderança, Momade enfrentou uma dissidência interna significativa, que teve como figura central Mariano Nhongo, comandante da autodenominada Junta Militar da RENAMO. Nhongo contestava a legitimidade de Momade e se opunha ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), uma das principais cláusulas dos Acordos de Paz de 2019. A dissidência de Nhongo aprofundou as divisões dentro da RENAMO, criando um novo foco de instabilidade política.

Além da dissidência, o partido também enfrentou outras tensões internas. Um episódio que gerou polêmica foi o impedimento do deputado Venâncio Mondlane de participar do 7° Congresso da RENAMO, realizado na Zambézia em maio de 2024, o que provocou controvérsias e críticas, tanto dentro da organização quanto fora dela. Este incidente reflectiu a insatisfação crescente entre alguns membros do partido, especialmente antigos guerrilheiros, que se queixaram de terem sido abandonados pela nova liderança. Muitos, na altura, alegaram que promessas de apoio, reconhecimento e apoio aos ex-combatentes não foram cumpridas, o que gerou uma sensação de desilusão entre aqueles que fizeram parte da luta armada. E  Para completar o cenário de descontentamento, grupos dissidentes chegaram a ameaçar ocupar a sede nacional do partido, em um gesto de protesto contra a direcção de Momade.

E o actual momento da RENAMO é crucial, especialmente em um contexto político cada vez mais competitivo.

Por fim, a questão que se faz é : a liderança de Ossufo Momade representa uma real continuidade do projecto político de Afonso Dhlakama ou se sinaliza uma ruptura com o seu legado histórico?

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