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Saturday, September 20, 2025
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Reputação Empresarial Afirma-se Como Activo Estratégico de Competitividade e Confiança

Resumo

Numa entrevista ao Semanário Económico, Filipe Pereira, Diretor-Geral da CARMA, destaca a importância da reputação como ativo estratégico fundamental para a competitividade e confiança das organizações, tanto em Moçambique como a nível global. A reputação empresarial é considerada um passaporte organizacional que, quando bem gerida, abre portas para oportunidades e parcerias, ao passo que uma má reputação pode prejudicar a imagem e os negócios. Atualmente, a avaliação da reputação exige uma análise multifacetada, incluindo a observação do que é publicado, a perceção digital através do social listening e a recolha de opiniões de diversos públicos. A reputação assenta em quatro pilares essenciais: comunicação estratégica, gestão de risco, gestão de crise e gestão de reputação, sendo valores intangíveis como transparência, ética, sustentabilidade e governança fundamentais para a credibilidade e responsabilidade das empresas. Este reconhecimento da importância da reputação reflete-se na capacidade de atrair investimento, conquistar parceiros, fidelizar clientes e atrair talento qualificado, sendo um fator diferenciador nos mercados emergentes como Moçambique, especialmente nos setores da energia, logística, agro-indústria e serviços financeiros.

Numa era em que a informação circula em tempo real, as percepções são moldadas por múltiplos canais e os riscos reputacionais multiplicam-se, a reputação consolidou-se como um dos activos mais estratégicos das organizações. Em entrevista ao Semanário Económico, Filipe Pereira, Director-Geral da CARMA, sublinha que a reputação não é apenas um reflexo externo, mas um pilar de competitividade e confiança, fundamental para garantir sustentabilidade a longo prazo, em Moçambique e no mundo.

Segundo Filipe Pereira, a reputação empresarial é hoje um passaporte organizacional. “Uma boa reputação abre portas, uma má reputação fecha portas. Não é apenas uma questão de percepção: é um activo estratégico que precisa de ser planeado, monitorado e protegido”, afirma. Este reconhecimento coloca a reputação ao mesmo nível dos tradicionais pilares estratégicos das empresas – produto, operação e finanças.

A avaliação da reputação deixou de ser linear. No século XXI, exige-se uma análise multifacetada: observar o que é publicado, captar a percepção digital por meio de social listening e recolher opiniões ponderadas junto de diferentes públicos. Este cruzamento de dimensões, explica o especialista, é o que permite gerar indicadores fiáveis para orientar decisões de gestão.

A reputação não existe isoladamente, mas assenta num ecossistema de quatro pilares: comunicação estratégica, que garante autenticidade e consistência; gestão de risco, que identifica vulnerabilidades; gestão de crise, que permite responder em momentos críticos; e gestão de reputação, que assegura continuidade e resiliência da credibilidade institucional.

Mais do que os resultados financeiros, são hoje os valores intangíveis que ganham peso decisivo na avaliação de uma organização. “Transparência, ética, sustentabilidade e governança são dimensões que determinam se uma empresa é vista como credível e responsável. São critérios que podem ser tão ou mais importantes do que a performance financeira”, sublinha Filipe Pereira.

Esses activos intangíveis têm tradução concreta no negócio. Empresas com reputação sólida conseguem atrair investimento em condições mais favoráveis, conquistar parceiros estratégicos e fidelizar clientes com maior facilidade. Além disso, uma boa reputação é determinante na atração e retenção de talento qualificado, um dos maiores desafios em mercados emergentes.

No contexto moçambicano, em que o ambiente de negócios se encontra em fase de transformação estrutural, a reputação é cada vez mais vista como um factor diferenciador na integração de empresas em cadeias de valor globais, nomeadamente nos sectores da energia, logística, agro-indústria e serviços financeiros. O acesso a crédito externo, por exemplo, não depende apenas de rácios financeiros, mas também da percepção de boa governança, conformidade regulatória e responsabilidade social.

A transformação digital surge como outra dimensão incontornável. Embora amplie a visibilidade e crie oportunidades de inovação, introduz também riscos inéditos. “As redes sociais ampliam a visibilidade, mas também a vulnerabilidade. Sem pensamento crítico, o risco de erosão da reputação é elevado”, adverte o especialista. A proliferação de desinformação, perfis falsos e campanhas de manipulação digital coloca à prova a capacidade das organizações de protegerem a sua credibilidade.

Filipe Pereira alerta ainda que a confiança é o núcleo da reputação. “A confiança é a essência da humanidade e da colaboração. Sem confiança, não há reputação sustentável”, afirma, destacando que esta se constrói na coerência entre discurso e prática, e na capacidade das empresas de demonstrar propósito, responsabilidade e compromisso com os seus stakeholders.

No horizonte futuro, a reputação tende a assumir-se como um dos factores de diferenciação mais relevantes entre empresas. A ascensão da inteligência artificial generativa, o endurecimento das regras de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG) e a pressão por maior transparência criarão novos parâmetros de avaliação. Empresas que não internalizarem a reputação como pilar estratégico arriscam-se a perder competitividade num ambiente global cada vez mais atento.

Em suma, a reputação empresarial deixou de ser um reflexo externo e subjectivo para se afirmar como um activo estratégico, mensurável e determinante. Num mercado global e interligado, em que Moçambique procura atrair investimento e consolidar a confiança dos seus parceiros, a reputação é um recurso crítico – tão valioso quanto capital financeiro ou capacidade produtiva.

Fonte: O Económico

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