Início Nacional Sociedade Requalificação da Marginal de Maxixe prevista para próximo ano 

Requalificação da Marginal de Maxixe prevista para próximo ano 

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O Conselho Municipal de Maxixe assegura que até ao final deste ano será conhecida a empresa responsável pela execução das obras de requalificação da Marginal, cujo arranque está previsto para o primeiro trimestre de 2026. 

O projecto, considerado estruturante para o futuro urbano e turístico da cidade, implica também um desafio social: mais de 60 famílias que vivem actualmente na área de intervenção terão de ser reassentadas para abrir caminho às novas infra-estruturas.

Embora ainda não tenha avançado prazos para a remoção das famílias, o edil da Maxixe, Issufo Francisco, garantiu que os trabalhos de requalificação da marginal vão mesmo arrancar em breve, sublinhando que o processo está praticamente concluído no que diz respeito às fases preparatórias.

“Eu não queria comentar nada sobre a questão de reassentamento, sobre o projecto da marginal. O que é verdade é que a marginal vai avançar. Vai avançar no primeiro trimestre do próximo ano. E o concurso provavelmente vai ser lançado dentro dos próximos meses”, afirmou o edil, em declarações aos jornalistas.

A requalificação da marginal é considerada prioritária para a cidade da Maxixe, não só porque irá transformar a frente marítima num espaço mais ordenado e atractivo para residentes e visitantes, mas também porque representa um investimento estratégico no turismo e no comércio local. 

A marginal é, actualmente, uma das áreas mais movimentadas da cidade, servindo de ligação entre o transporte marítimo que conecta a Maxixe à cidade de Inhambane e várias actividades económicas ligadas à pesca, ao pequeno comércio e ao turismo.

O projecto vai exigir o reassentamento de mais de 60 famílias exigirá, à semelhança de outros processos semelhantes já registados em cidades moçambicanas, negociações cuidadosas, compensações adequadas e garantias de que os moradores não ficam em situação de vulnerabilidade após a remoção. 

Experiências anteriores no país mostram que processos de reassentamento mal geridos podem resultar em conflitos, atrasos nas obras e impactos negativos na vida dos reassentados.

Com a perspectiva de arranque das obras da marginal e a inauguração de novos sistemas de abastecimento, a edilidade da Maxixe procura mostrar que a modernização da cidade pode andar de mãos dadas com a melhoria da qualidade de vida da população. 

Contudo, os próximos meses serão decisivos: de um lado, o processo de selecção da empresa responsável pela obra e, do outro, a necessidade de encontrar soluções justas e rápidas para as mais de 60 famílias que terão de deixar as suas casas para dar lugar ao futuro da marginal da Maxixe.

BARRANE PASSA A TER MAIS ÁGUA

O governante falava no bairro Barrane, nos arredores da cidade, momentos após ter inaugurado um sistema de abastecimento de água potável que passa a servir mais de 300 famílias daquela comunidade.

Segundo explicou, a entrega de infraestruturas de água integra uma estratégia mais ampla da edilidade para expandir a rede de abastecimento e reduzir o número de famílias que ainda dependem de fontes precárias, muitas delas insalubres e inseguras para o consumo humano.

Issufo Francisco destacou que a cidade da Maxixe já regista uma cobertura de 87% no fornecimento de água potável, mas reconheceu que ainda há muito trabalho por fazer para garantir que o acesso chegue a todos os bairros. 

“Este ano, vamos ainda inaugurar mais quatro sistemas de abastecimento de água. Um em Ruja, outro em Gubo, em Tingatinga e também em Dambu. Portanto, todos são sistemas de abastecimento de água para as nossas comunidades. E, neste momento, estamos numa cobertura de 87% de provimento de água potável ao nível do nosso município”, afirmou.

Apesar dos avanços, muitas famílias ainda enfrentam dificuldades no acesso à água potável, recorrendo a poços abertos manualmente ou a fontes improvisadas, cuja qualidade não oferece garantias de segurança sanitária. A realidade é particularmente crítica nas zonas periféricas, onde a expansão da rede ainda não chegou.

O duplo anúncio do edil — a requalificação da marginal e a expansão do abastecimento de água — revela dois dos principais desafios urbanos que a Maxixe enfrenta: modernizar a infraestrutura urbana, conciliando-a com as necessidades sociais das famílias que serão reassentadas, e ampliar os serviços básicos de água e saneamento para toda a população.

Ao mesmo tempo, o reforço da rede de abastecimento de água está alinhado com as metas do governo central de expandir progressivamente o acesso a este serviço essencial em todo o território nacional, reduzindo desigualdades entre zonas urbanas e rurais. Para o edil da Maxixe, os números demonstram progresso, mas também a urgência de não deixar comunidades para trás.

“Estamos conscientes de que ainda há famílias a depender de fontes precárias. É uma preocupação que não ignoramos e estamos a trabalhar para mudar esse cenário”, frisou Issufo Francisco.

Fonte: O País

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