Retoma serviço de radioterapia  no Hospital Central de Maputo

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Cerca de 200 pacientes com cancro aguardam pelo serviço de radioterapia, no Hospital Central de Maputo (HCM). A máquina esteve avariada por 15 meses, o que, segundo o ministro da Saúde, Ussene Isse, resultou em várias mortes.  

A partir de um toque de rotina no seio, Teresa descobriu o cancro da mamã, há cinco anos. “Sempre diziam que temos que nos pegar. Então, peguei-me e senti aquela rodinha e fui mostrar no hospital”, conta Teresa José, paciente do HCM. 

De uma simples dor de barriga, o que Ibraimo não imaginava é que seria diagnosticado com Cancro de Estômago. “Sentia sempre dores de estômago, então aproximei-me a unidade sanitária, ao hospital provincial nesse caso. Eu venho transferido de Inhambane e lá descobriram um tumor, e aqui vieram descobrir que é cancro”, disse Sandazamalo Ibraimo.

São dois pacientes que lutam pela vida, porque mesmo depois de terem sido submetidos a cirurgias, devem fazer tratamento para impedir a reprodução e multiplicação das células cancerígenas. Entretanto, só podiam fazê-lo fora do país.

A única máquina de radioterapia que o país dispõe esteve avariada durante 15 meses. 

Esta segunda-feira, uma luz de esperanca abriu-se, para os pacientes que sofrem de cancro, porque depois de reparada, a máquina voltou a funcionar. 

“Nos últimos 15 meses, os aparelhos aqui de radioterapia não estavam a funcionar e os doentes não puderam beneficiar deste tratamento. A não existência deste serviço, de facto, traz complicações muito grandes  para alguns doentes que possam necessitar deste tratamento e não tiveram a oportunidade de tê-lo, particularmente, aqueles doentes em fases mais avançadas”, disse Mouzinho Saide, Director-Geral do HCM. 

O Director-Geral do Hospital Central de Maputo fala de mais de dois milhões de dólares necessários para a manutenção do equipamento. 

“Este serviço é bastante caro e, por isso, é que a sua reparação não foi fácil. A capacidade interna do país é limitada para fazer a manutenção do equipamento, Precisamos, portanto, muitas vezes, de ter equipas que vêm de fora do país. O que estamos a ver é a necessidade de fazer acordos de manutenção com empresas que possam providenciar serviços altamente qualificados, para que não tenhamos futuramente problemas como os que foram registados”, disse. 

Mesmo sem avançar números, o Ministro da Saúde, que esteve na reinauguração dos serviços, explicou que muitos pacientes morreram em resultado da avaria da máquina. 

“Devolvemos o tratamento para os pacientes, para salvar mais vidas, estejam vigilantes para que este tratamento fique por muito tempo, e não tenhamos situações como a que passamos. Foi muito difícil para mim”, apelou Ussene Isse. 

A máquina de radioterapia é utilizada para destruir células cancerígenas ou impedir que estas se multipliquem. 

Na maior unidade sanitária do país, cerca de 200 pacientes em tratamento do cancro, de diferentes pontos do país, aguardam na lista de espera pelo atendimento. 

Fonte: O País

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