O guarda-redes do Santa Clara, Gabriel Batista, que esteve em destaque ao ser o herói do jogo frente ao FC Porto (1-1), disse que a «força» coletiva dos açorianos ficou demonstrada no Dragão e apelou à luta contra o racismo, após ser alvo de insultos.
«[Ser homem do jogo] significa o coroar do trabalho individual e prova que o nosso coletivo é muito forte. Ao longo do jogo, a equipa foi muito forte e demonstrou estar preparada para fazer o que deveria ser feito e pontuar num estádio muito difícil. Fizemos história», referiu o guardião em declarações à agência Lusa.
«Já demonstrámos que quando estamos 100% focados e concentrados somos uma equipa muito forte e uma muito difícil de ser batida», frisou.
O atleta de 26 anos, após o término do jogo, denunciou nas suas redes sociais uma ameaça de morte e comentários racistas de que foi alvo. O clube açoriano repudiou «os comentários racistas e xenófobos» que Batista sofreu.
«Deixa-me muito triste que essas coisas ainda aconteçam. Infelizmente, na vida, isso não deveria acontecer. O desporto é um momento de inclusão», disse.
O guardião também expressou solidariedade e votos de confiança ao jogador do FC Porto, Galeno, que falhou dois penáltis e também sofreu insultos racistas nas redes sociais. «Queria expressar a minha solidariedade com o Galeno e com todos outros atletas que sofrem isso. Não só aqui em Portugal, isso acontece em qualquer lugar do mundo. Essa é uma luta que temos de continuar a travar. É inadmissível.»
Quando questionado sobre qual o segredo para defender dois penáltis, o guardião diz que «é estar concentrado e esquecer ao máximo o que está a vir de fora» e também relembrou que já partilhou o balneário com Diego Alves, antigo guarda-redes do Flamengo, conhecido pela qualidade neste registo.
Gabriel Batista está no Santa Clara desde 2022/23 e tem sido uma das peças fundamentais para o conjunto treinado por Vasco Matos, que ocupa o quinto lugar no campeonato.
Fonte: Mais Futebol