A Sasol e o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) reforçaram o Fundo de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), atingindo um investimento acumulado de mais de um milhão de dólares. Criado em 2021, este fundo tem permitido que empresas locais da província de Inhambane acedam a crédito a baixo custo, aumentando a sua capacidade de competir no mercado e expandir os seus negócios.
Desde o seu lançamento, o fundo já desembolsou cerca de dois milhões de dólares, beneficiando 54 empresas, das quais 13 são lideradas por mulheres. Com este apoio, as receitas médias das empresas aumentaram em 50%, e foram criados mais de 50 novos empregos.
Um impulso para o crescimento das empresas locais
O Fundo de Apoio às MPME surgiu para colmatar as dificuldades de acesso ao financiamento enfrentadas pelos empresários locais, especialmente após os impactos da pandemia da COVID-19 e de fenómenos climáticos extremos. A falta de capital impedia muitas empresas moçambicanas de concorrerem com fornecedores estrangeiros no sector do petróleo e gás.
“Quando, há mais de duas décadas, a Sasol colocou Inhambane no mapa do petróleo e gás, as empresas locais tiveram de adaptar-se para se tornarem fornecedoras das multinacionais. Contudo, muitas não tinham robustez financeira para responder às exigências do mercado”, explicou Hassan Dassat, Director de Conteúdo Local da Sasol.
O fundo disponibiliza linhas de crédito a taxas reduzidas, permitindo às empresas melhorar o fluxo de caixa, adquirir novos equipamentos e expandir a sua actividade.
Crédito acessível para impulsionar a economia local
Segundo o Administrador Executivo do BCI, George Mandawa, um dos grandes desafios para as empresas locais sempre foi o custo do crédito bancário.
“Ouvimos frequentemente que o acesso ao financiamento é um dos principais entraves ao crescimento das empresas. O mercado tem uma prime rate de 23,5%, mas a taxa da nossa linha de financiamento com a Sasol é de 12,3%, cerca de metade da taxa de referência”, explicou Mandawa.
A iniciativa visa criar um ciclo sustentável de financiamento, em que os valores reembolsados são reinvestidos em novas empresas. “Este fundo é de carácter circular. À medida que as empresas devolvem os empréstimos, os recursos são disponibilizados para outros empresários locais”, acrescentou Hassan Dassat.
Impacto positivo na economia de Inhambane
Os empresários beneficiários do fundo relatam melhorias significativas na competitividade e na sustentabilidade dos seus negócios.
Para Francisco Júlio, gestor do Farmar’s Hotel, na Maxixe, o financiamento da Sasol e do BCI chegou num momento crítico:
“Por pouco fechávamos as portas. Com este apoio, conseguimos requalificar o hotel, melhorar a prestação de serviços e expandir a nossa oferta.”
Já Mussa Abdul Remane, Director-Geral da Boardnet Limitada, em Govuro, destacou que o fundo melhorou a capacidade de resposta da sua empresa:
“Antes, tínhamos dificuldades em cumprir pedidos, porque muitos clientes só pagavam depois da entrega dos produtos. Com este reforço de tesouraria, aumentámos o stock, melhorámos os serviços e expandimos a equipa.”
O impacto do fundo também foi reconhecido pelo Presidente do Conselho Empresarial de Inhambane, Abdul Razaque Abdul, que vê nesta iniciativa uma oportunidade para a retoma económica da província.
“Muitas empresas estavam a recuperar dos efeitos da COVID-19 e dos ciclones. Este fundo trouxe uma nova esperança e as empresas estão a honrar os compromissos, devolvendo os valores recebidos e permitindo que mais empresários tenham acesso a este apoio.”
Sasol reforça compromisso com o desenvolvimento local
Para a Sasol, esta iniciativa enquadra-se no seu papel de parceiro socioeconómico de Moçambique, assumido há quase 20 anos.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>“Dentro dos nossos programas, temos actividades bem definidas, alinhadas com as políticas de desenvolvimento do Governo moçambicano. Um dos nossos pilares estratégicos é o impacto social, e é neste contexto que surge o nosso compromisso com o conteúdo local, como um factor transformacional da economia”, explicou o Director-Geral da Sasol, Ovídio Rodolfo.
Com este reforço no financiamento, a Sasol e o BCI procuram fortalecer o tecido empresarial de Inhambane, promovendo o crescimento sustentável e a autonomia financeira das micro, pequenas e médias empresas locais.
Fonte: O Económico
