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Sunday, September 28, 2025
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Seis escolas vandalizadas entre Maio e Setembro na província de Gaza

Na província de Gaza, seis escolas em cinco distritos foram vandalizadas entre Maio e Setembro. Especialista em Educação aponta a politização do setor da educação como estando na origem do problema, enquanto gestores escolares queixam-se da total ausência de guardas. O governo diz que há um detido e promete mais polícias para investigar e repor a ordem nas escolas.

“Há algumas especulações de que são alguns antigos alunos, alguns membros da sociedade que não se revêem com a educação. É triste quando se vê uma escola ser vandalizada, não sabemos para onde é que vamos”, lamentou Bernardino Macome, diretor de uma das escolas.

Sucede que, nos últimos dias, os atos de vandalismo, roubo, agressões e ameaças à comunidade escolar tendem a agravar-se. As direções das escolas afetadas contabilizam, ao todo, mais de 6 mil processos de alunos, dois computadores, sistema de abastecimento de água saqueado, eletrodomésticos queimados, só para citar alguns exemplos.

Para o especialista em educação, Samuel Chacate, mais do que identificar os rostos por detrás destes crimes, urge identificar e resolver os fatores que minaram a relação escola-comunidade no período pós-eleições.

“Quer dizer, o político mobiliza a população para não contribuir para a educação dos seus filhos, mas mobiliza-a a participar, de modo a levar o político para o poder. Aquilo só beneficia os marginais, porque as escolas dispensaram os guardas. Dispensaram os guardas para que o Estado conseguisse dinheiro para contratar guardas; quando é que vai conseguir?”, questionou.

No entanto, gestores, professores e alunos queixam-se da violência, mas também da alegada negligência de instituições públicas, em particular do setor da educação, supostamente incapaz de garantir segurança no seio escolar.

“Alunos param atrás da escola, atiram para chapa enquanto o professor está na sala de aula. Para um guarda, não funciona. Bebem, porque há pessoas que vendem bebidas por aqui, e as bocas de fumo andam por aqui ao lado da escola”, denunciou um professor.

O diretor distrital de Educação, Marcelino Biza, confirma que um indivíduo está detido em conexão com um dos casos registados em Xai-Xai.

“A polícia veio ao local e deteve o malfeitor, e deu seguimento ao caso. Este assunto também está com as autoridades competentes, está seguindo os seus trâmites”, explicou.

Face à crescente ameaça, o governo admite colocar mais polícias no recinto escolar nos próximos dias, como forma de repor a ordem e a segurança.

“Reconhecemos que não temos números suficientes de guardas, mas há um trabalho que estamos a fazer. Está assegurada a segurança nas escolas através da nossa Polícia da República de Moçambique”, avançou Armando Sitoe, representante do governo de Gaza.

Samuel Chacate alerta, entretanto, para o perigo do uso da força excessiva, argumentando que o resgate da tranquilidade escolar exige muito mais.

“Ninguém deve tirar a comunidade, a população da escola, a escola da população. Mesmo que o Estado tenha a capacidade de colocar a polícia nas escolas, a segurança das escolas está sob a responsabilidade dos pais e encarregados de educação. Não se resolve com a polícia. A polícia não vai ser capaz de resolver o problema da segurança das escolas se a comunidade não estiver envolvida”, apelou.

O especialista diz que a educação é o caminho para uma sociedade mais justa, então proteger e valorizar quem a promove é tarefa urgente e inadiável. E denuncia que a violência contra as escolas é um dever social de todos.

Fonte: O País

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