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Tuesday, December 2, 2025
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SIDA no fim de milénio

Resumo

Em Moçambique, a luta contra o HIV/SIDA persiste, com cerca de 2,5 milhões de pessoas vivendo com o vírus em 2024 e entre 92.000 e 95.000 novas infeções anualmente, especialmente entre adolescentes e jovens. Apesar dos esforços na saúde, as mortes relacionadas com a SIDA mantêm-se em cerca de 44.000 por ano, devido a desafios no diagnóstico precoce e cuidados contínuos. No entanto, Moçambique está entre os 10 países a receber uma vacina experimental contra o HIV, administrada a cada seis meses, num avanço significativo. A África Subsaariana continua a ser a região mais afetada pela epidemia, destacando a importância de olhar para o passado para melhorar as respostas atuais.

Por: Gentil Abel

No ano de 1999, na edição 1451 da Revista Tempo, foi publicado um artigo intitulado “SIDA no Fim do Milénio”, refletindo as profundas inquietações que dominavam a sociedade moçambicana e africana diante de uma epidemia que parecia imparável. Passados mais de vinte anos, esse título mantém-se surpreendentemente actual, não apenas porque o HIV/SIDA continua a ser um dos maiores desafios de saúde pública do continente, mas também porque muitos dos dilemas identificados à época ainda são visíveis, embora agora num cenário marcado por avanços científicos significativos. Assim, olhar para o passado permite compreender melhor o presente e ajustar as respostas que hoje se desenham.

Neste contexto, ao observar o caso de Moçambique, percebe-se que o país segue entre os mais afectados da região. De acordo com os dados mais recentes, que se referem principalmente ao ano de 2024 e foram divulgados em relatórios de 2025 por organizações como o Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS), em 2024, cerca de 2,5 milhões de moçambicanos viveram com o vírus, colocando o país entre aqueles com as mais altas taxas de prevalência na África Austral e no mundo. Além disso, registam-se anualmente entre 92.000 e 95.000 novas infecções, sendo que adolescentes e jovens continuam a ser um grupo particularmente vulnerável. Não obstante os esforços do sector da saúde, o número de mortes relacionadas à SIDA, que ronda as 44.000 por ano, mantém-se relativamente estável, reflectindo desafios persistentes no diagnóstico precoce e na continuidade dos cuidados.

Contudo, é importante destacar que o cenário actual também é marcado por avanços inéditos. Pois, Moçambique figura, hoje, entre os 10 países do mundo selecionados para receber uma vacina injetável experimental contra o HIV, administrada a cada seis meses e disponibilizada pelos Estados Unidos da América.

Da mesma forma, ao observar o quadro continental, nota-se que a África Subsaariana continua a ser a região mais afectada pela epidemia, tal como já se verificava no fim do milénio. No entanto, diferentemente daquele período, essa parte do mundo agora lidera muitos dos progressos globais na redução de novas infecções e mortes relacionadas à doença. A região concentra ainda a maior parte das pessoas vivendo com HIV em nível mundial, mas beneficiou de uma expansão massiva da terapia antirretroviral, o que aumentou a esperança de vida e transformou profundamente a percepção social sobre o vírus. A título de exemplo, a África do Sul, em 2024, registou cerca de 7,8 milhões de pessoas vivendo com HIV, enquanto Eswatini continua entre os países com maior prevalência. Apesar do peso estatístico, o acesso ampliado ao tratamento tem sido fundamental para reduzir a mortalidade e consolidar avanços antes impensáveis.

 

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