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Num movimento que sinaliza um novo posicionamento no apoio ao tecido empresarial moçambicano, o Standard Bank promoveu uma masterclass sobre gestão de riscos, com enfoque específico nas pequenas e médias empresas (PME). A acção introduz uma narrativa de profissionalização e resiliência no modo como os empreendedores devem encarar o risco e a sustentabilidade dos seus negócios.
A gestão de riscos é frequentemente negligenciada pelas PME em Moçambique, sendo muitas vezes vista como um luxo ou uma formalidade contratual. Foi para contrariar essa visão que o Standard Bank organizou uma sessão formativa inédita, reunindo empresários, técnicos e parceiros de desenvolvimento, com o propósito de transformar a mentalidade empresarial.
Em declarações ao Semanário Económico, Erica Noormahomed, Responsavel da Incubadora de Negócios do Standard Bank, destacou que o ponto de partida foi a constatação de um défice de literacia sobre risco entre os empresários:
“Percebemos que muitos empresários têm boas ideias, bons produtos, mas não sabem como proteger o seu negócio contra riscos previsíveis. Esta formação surgiu da necessidade de criar uma cultura de resiliência, com base em conhecimento e ferramentas práticas.”
João Bambo, Gestor de Produtos da Standard Bank Correctores de Seguros, subsidi’aria do Standard Bank, reforçou que há um desfasamento entre a ambição de crescimento e a estrutura interna das PME:
“Muitas PME confundem crescimento com expansão acelerada, sem consolidar processos ou prever impactos externos. A gestão de risco é uma vantagem competitiva, mas também uma exigência do mercado.”
O Seguro Como Estratégia, Não Como Despesa
Um dos pilares discutidos foi o papel do seguro na gestão de riscos. Para Noormahomed, este instrumento deve ser percebido como parte integrante da política de protecção da empresa:
“O seguro cobre activos, protege recursos humanos e dá garantias à banca. Deve ser visto como uma extensão da estratégia de resiliência, e não como um custo obrigatório.”
Ambos os especialistas reconheceram, contudo, que ainda existe desinformação, resistência cultural e experiências negativas que dificultam a adesão ao seguro por parte do sector informal e das microempresas. Daí a importância de uma formação contínua e adaptada ao contexto moçambicano.
Primeira Etapa de um Programa Maior
A resposta à masterclass foi, segundo os organizadores, amplamente positiva. Vários participantes relataram que foi a primeira vez que tiveram contacto com conceitos como planos de contingência, análise de fornecedores e apólices de risco ajustadas à realidade dos seus negócios.
“Queremos ver mudanças de comportamento. A gestão de risco não pode continuar ausente da lógica empresarial das nossas PME”, afirmou Bambo.
Noormahomed garantiu que esta foi apenas a primeira de várias acções planeadas pelo banco, no âmbito da sua incubadora e rede de apoio empresarial, com o objectivo de contribuir para uma economia mais robusta, ancorada em empresas mais bem preparadas para enfrentar imprevistos.
Aqui estão as versões adaptadas para redes sociais, com base no artigo sobre a masterclass do Standard Bank sobre gestão de riscos nas PME:
Fonte: O Económico