Ela afirmou que o país africano vive uma escalada da violência política e subnacional, com crescente perda de confiança entre as partes que assinaram em 2018 o Acordo de Paz Revitalizado. A implementação do processo se encontra agora estagnada.
Padrão de violações e ações unilaterais
As ofensivas militares envolvem principalmente a Força de Defesa do Povo do Sudão do Sul contra o Movimento de Libertação do Povo do Sudão.
Desde março, bombardeios aéreos e operações terrestres estão em curso, violando o Capítulo 2 do Acordo de Paz e resultando em mortes, deslocamentos e destruição de infraestrutura civil, incluindo hospitais e escolas.
A comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, a União Africana e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad, apelaram diversas vezes por um cessar-fogo e o retorno ao diálogo.
Martha Pobee afirmou que esses apelos não geraram nenhuma resposta concreta. Em vez disso, persiste um “padrão de violações e ações unilaterais, que continuam prejudicando a capacidade do Governo de Unidade Nacional de implementar o Acordo”.
Conflito moldado por divisões étnicas
Ela alertou que a atual postura militar e as operações em andamento podem estimular mais violência e “exacerbar os conflitos intercomunitários”.
A alta funcionária da ONU enfatizou que se essa tendência continuar, provavelmente levará a uma mudança na dinâmica do conflito, “da violência subnacional e comunitária para um cenário mais complexo, moldado por divisões étnicas”.
Segundo ela, a disseminação contínua de informações falsas nas redes sociais pode inflamar ainda mais as tensões, destruindo a coesão e a coexistência pacífica dentro da jovem nação africana.
Eleições previstas para 2026
A secretária-geral assistente afirmou ainda que as atuais tensões políticas e de segurança, incluindo a prisão e detenção de figuras da oposição sem o devido processo legal, têm dificultado os esforços para concluir as tarefas ligadas à transição política.
Em particular a reforma do setor de segurança e os processos eleitorais e constitucionais.
Apesar disso, as autoridades governamentais têm expressado publicamente seu compromisso com a realização de eleições até dezembro de 2026.
Fonte: ONU