Início Economia Tarifas de Trump sacodem indústria automóvel e preocupam mercado global

Tarifas de Trump sacodem indústria automóvel e preocupam mercado global

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A recente decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre veículos e peças automóveis importadas, prevista para entrar em vigor a partir de 2 de abril de 2025, está a gerar uma onda de incertezas e preocupações no mercado automóvel mundial.

A medida, anunciada como forma de impulsionar a produção automóvel doméstica e reduzir o défice comercial dos EUA, teve efeitos imediatos nas bolsas de valores. Acções das gigantes automóveis americanas, como a General Motors e a Ford, registaram quedas significativas de 8% e cerca de 4,5%, respectivamente. Stellantis, o grupo que inclui marcas como Chrysler, também viu as suas acções recuarem na mesma proporção.

Do outro lado do Pacífico, fabricantes asiáticos como Toyota, Honda e Hyundai sofreram perdas entre 3% e 4%, mostrando o alcance global das políticas tarifárias norte-americanas. Nem mesmo a Tesla, cuja produção é predominantemente local mas depende de componentes importados, escapou ilesa, enfrentando uma desvalorização das suas acções em 1,3%. Elon Musk, CEO da Tesla, reconheceu publicamente que o impacto destas tarifas sobre as peças importadas “não será trivial”, evidenciando um potencial aumento nos custos de produção.

A associação Autos Drive America, representante das principais marcas estrangeiras no mercado americano, advertiu sobre os possíveis danos destas tarifas, destacando que elas não só aumentarão os preços finais para os consumidores norte-americanos como poderão reduzir as opções disponíveis e afectar negativamente os níveis de emprego na indústria automóvel.

De acordo com especialistas de mercado, estas tarifas poderão acrescentar cerca de 3.000 dólares ao preço dos veículos produzidos nos Estados Unidos e até 6.000 dólares para veículos provenientes do Canadá ou do México. Além do impacto directo nos preços, prevê-se uma redução de cerca de 30% na produção automóvel na América do Norte, resultando em menos 20 mil veículos produzidos por dia, segundo análises avançadas pela Cox Automotive.

Em contrapartida, a União dos Trabalhadores Automóveis (United Auto Workers – UAW) elogiou a medida do governo Trump, afirmando que as tarifas poderão gerar milhares de empregos adicionais ao aumentar o volume de produção nas fábricas americanas. Shawn Fain, presidente da UAW, declarou que as tarifas são uma oportunidade real para revitalizar comunidades industriais nos EUA.

Contudo, esta decisão dos Estados Unidos também está a provocar tensões no comércio internacional. Parceiros económicos como Canadá, México e União Europeia estudam medidas retaliatórias, o que poderá desencadear uma escalada na disputa comercial, aprofundando ainda mais a instabilidade dos mercados internacionais.

Com uma previsão de arrecadação anual em torno dos 100 mil milhões de dólares, o governo norte-americano demonstra determinação em manter políticas comerciais protecionistas, embora as consequências a longo prazo, quer positivas quer negativas, permaneçam incertas. O sector automóvel global observa agora com atenção os próximos movimentos e possíveis ajustes na cadeia produtiva e nas estratégias comerciais diante desta nova realidade.

Fonte: O Económico

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