De acordo com um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho, OIT, a estimativa anterior, de 60 milhões de novas vagas, foi rebaixada para 53 milhões.
Queda do PIB e tensões geopolíticas
A redução é reflexo de um crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, estimado em 2,8%, abaixo da projeção anterior de 3,2%, segundo dados do Fundo Monetário Internacional, FMI.
Além disso, a OIT estima que cerca de 84 milhões de empregos em 71 países estão direta ou indiretamente ligados à demanda de consumidores dos Estados Unidos.
A agência afirma que esses postos, e as rendas que eles sustentam, estão cada vez mais em risco de interrupção devido às elevadas tensões comerciais.
A região da Ásia-Pacífico concentra a maioria desses empregos, cerca de 56 milhões. Por outro lado, Canadá e México têm a maior parcela de trabalhadores expostos a essa instabilidade, cerca de 17,1% dos postos.
O diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo, declarou que se as tensões geopolíticas e as interrupções comerciais continuarem, “certamente terão efeitos negativos nos mercados de trabalho em todo o mundo”.
Aumento da desigualdade
O relatório também destaca uma “erosão” da parcela da renda global destinada aos trabalhadores, que caiu de 53,0%, em 2014, para 52,4% em 2024, o que representa US$ 290 a menos de poder de compra para cada trabalhador.
A OIT afirma que essa é uma tendência preocupante que aumenta a desigualdade e cria uma desconexão entre o crescimento econômico e a remuneração dos trabalhadores.
O relatório também aborda os efeitos das novas tecnologias no mundo laboral. Os dados indicam que um em cada quatro trabalhadores pode ter seus empregos transformados pela Inteligência Artificial generativa.
Uma grande porcentagem de ocupações altamente qualificadas tem alta exposição à substituição, devido a possibilidade de automatização de tarefas.
O levantamento apontou que entre 2013 e 2023, a proporção de mulheres empregadas em ocupações altamente qualificadas aumentou de 21,2% para 23,2%. No entanto, a segregação de gênero persiste, com sub-representação das mulheres em setores como a construção e alta participação em funções de escritório e cuidados.
Fonte: ONU