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O Presidente norte-americano Donald Trump assinou uma ordem executiva que impõe tarifas históricas sobre importações de dezenas de países, marcando a mais agressiva ofensiva comercial dos Estados Unidos em décadas. A medida visa reordenar as relações comerciais globais, mas levanta receios sobre inflação, crescimento económico e estabilidade internacional.
Numa jogada descrita como um “reset das relações comerciais mundiais”, Trump formalizou tarifas aduaneiras sobre produtos provenientes de mais de 70 países, com taxas que variam entre os 10% e os 50%, dependendo do país e do tipo de bem. O Canadá foi particularmente visado, com tarifas a aumentarem para 35%, numa escalada motivada também por tensões diplomáticas em torno do reconhecimento do Estado Palestiniano por parte do governo canadiano.
O Brasil foi igualmente alvo de medidas severas, com tarifas de 50%, justificadas, segundo Trump, por questões internas relacionadas com o ex-Presidente Jair Bolsonaro. Já países como a União Europeia, Japão, Coreia do Sul, Indonésia e Filipinas conseguiram negociar acordos que suavizam o impacto, com reduções nas tarifas previstas inicialmente.
A nova política não entra em vigor imediatamente. As tarifas só começarão a ser aplicadas a partir de 7 de Agosto, e, no caso de produtos transportados por via marítima, só terão efeito a partir de 5 de Outubro, desde que os bens cheguem aos EUA até à data limite e permaneçam nos portos ou armazéns.
Apesar da retórica de fortalecimento industrial interno, os dados disponíveis não indicam um aumento substancial no emprego industrial, enquanto os índices de preços ao consumidor continuam a subir, alimentando preocupações com um possível cenário de estagflação nos EUA.
Fonte: O Económico