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União Europeia Ameaça Retaliação Contra Tarifas de Trump, Mas Mantém Abertura Para Negociar

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A União Europeia avisou que poderá retaliar contra os Estados Unidos caso não haja acordo para evitar a aplicação de tarifas de 30% sobre as suas exportações, anunciadas por Donald Trump para vigorar a partir de 1 de Agosto. Apesar da tensão crescente, ambas as partes ainda acenam com a possibilidade de diálogo.

O conflito comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia entrou numa nova fase de tensão esta segunda-feira, com Bruxelas a ameaçar contra-medidas caso Washington avance com as tarifas aduaneiras sobre produtos europeus. As tarifas — de 30% sobre a maioria das importações da UE e do México — foram anunciadas por Trump no fim-de-semana e deverão entrar em vigor já no próximo mês.

“Gostariam de fazer um tipo diferente de acordo, e estamos sempre abertos a conversar, incluindo com a Europa. Aliás, eles virão cá. Querem falar”, disse Trump na Sala Oval, referindo-se à visita de representantes europeus aos EUA.

Apesar da retórica agressiva, o Presidente norte-americano afirmou estar aberto a negociações com os parceiros comerciais, incluindo o bloco europeu. Por seu lado, o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, afirmou que ainda vê margem para continuar o diálogo, embora tenha lamentado a falta de vontade política de Washington em fechar um acordo com o seu maior parceiro comercial.

“Como já disse antes, são precisas duas mãos para bater palmas”, comentou Sefcovic, sublinhando que todos os 27 Estados-membros concordaram que, caso não haja acordo, será necessário aplicar medidas retaliatórias.

Medidas de Retaliação Avaliadas em €21 Mil Milhões

A UE tem já uma lista de tarifas retaliatórias prontas, com um valor estimado de 21 mil milhões de euros (24,5 mil milhões de dólares) em produtos norte-americanos. A lista inclui sectores estratégicos e de alto valor simbólico, tal como as retaliações que se seguiram ao conflito sobre o aço e o alumínio em 2018.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, classificou a ameaça norte-americana como “absolutamente inaceitável” à saída da reunião dos ministros europeus em Bruxelas.

Reacções nos Mercados e Risco Sistémico

A possibilidade de uma guerra comercial entre as duas maiores economias ocidentais provocou quedas nas acções de empresas europeias dos sectores automóvel e de bebidas alcoólicas, tradicionalmente visadas neste tipo de disputas.

Além disso, países como a Coreia do Sul procuram antecipar os efeitos colaterais do proteccionismo norte-americano: Seul indicou estar a trabalhar num acordo de princípio com os EUA antes da data-limite de 1 de Agosto.

Entretanto, o México, também afectado pela medida tarifária, demonstrou optimismo: a Presidente Claudia Sheinbaum afirmou acreditar que os dois países chegarão a um acordo sobre segurança antes do prazo estabelecido.

A retórica proteccionista da administração Trump reacende os receios de uma escalada tarifária com impacto global. A União Europeia tenta, por agora, equilibrar firmeza e abertura, mas deixa claro que não aceitará imposições unilaterais sem resposta. O desfecho nas próximas semanas será determinante para o rumo do comércio transatlântico e para o equilíbrio dos mercados globais.

Fonte: O Económico

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