No entanto, o político diz não reconhecer nenhum dos crimes de que é acusado. “É a primeira vez em 30 anos de democracia, em que nós conseguimos levar até o extremo a questão de tirar o véu da fraude e levamos até ao extremo a resistência contra um regime ditatorial que se mantém com base nas armas, no assassinato e no sequestro”.
MONDLANE DIZ QUE NÃO FOI CUMPRIDA AGENDA DOS ENCONTROS COM O PR
Além de falar do objecto da sua notificação, Venâncio Mondlane leu, à saída da PGR, um comunicado sobre os encontros que manteve com o Presidente da República, começando por indicar o que considerou a agenda das reuniões com o Chefe de Estado, nomeadamente: o fim de todas as formas de violência física e verbal entre as partes, a população e autoridades públicas; o acesso livre e gratuito à saúde no Sistema Nacional de Saúde e assistência médica e medicamentosa aos cidadãos feridos pelas Forças de Defesa e Segurança, durante as manifestações; Compensação às famílias que tiveram parentes assassinados durante as manifestações; Libertação dos cidadãos detidos durante as manifestações pós-eleitorais; Viabilização do registo do seu partido e possibilidade de integração de quadros do seu projecto político na Comissão Técnica do Diálogo Nacional Inclusivo.
Sobre este assunto, Mondlane acusou o Presidente da República, Daniel Chapo, de não cumprimento de nenhum dos pontos, acrescentando que, “Daniel Chapo tem, frequentemente, em eventos do Governo, usado uma linguagem agressiva e incendiária”. “Tem considerado, anacronicamente, as manifestações de violentas, ilegais e criminosas. Um flagrante exemplo de instigação ao ressentimento, do ódio entre os moçambicanos e incentivos bastante para se abandonar o espírito de reconciliação e perdão entre os moçambicanos”, explicou.
O político tinha sido chamado à procuradoria para, segundo a notificação, tomar conhecimento das respostas aos seus requerimentos.
Fonte: O País