Sete dias é o prazo dado pelo Município de Maputo, na segunda-feira, para que os vendedores informais abandonem os passeios e as bermas da estrada, na Praça dos Combatentes.
Três dias depois, há quem já se preparou para abandonar o local, depois de ter formalizado a sua banca em um dos mercados definidos pelo município.
“Eu vim aqui pedir banca para vender, irei vender frutas. Assim, que fui bem recebida e o meu nome foi registado, estou satisfeita ”, disse Leonor Júlio.
Laurinda Alfredo é outra que decidiu sair dos passeios, para ocupar o mercado.
“Eu estou feliz por ter conseguido esta banca. Eu vendia na estrada, assim, a partir de amanhã, irei me deslocar para aqui, então estou muito feliz”.
No mercado Mukoreano, até as primeiras horas desta quarta-feira, pelo menos 125 das 132 bancas já haviam sido ocupadas pelos vendedores, que faziam suas actividades nos passeios.
Apesar disso, o comércio informal ainda continua intenso ao longo da Praça dos Combatentes e há quem nem pense em dar o primeiro passo para a sua retirada.
“Iremos permanecer aqui, porque é a partir daqui que conseguimos comprar o nosso pão”, disse uma vendedora em anonimato.
Roupas, cosméticos, calçados, produtos comestíveis, por aqui vende-se quase tudo e os informais dizem ser a sua única fonte de sustento.
“Os nossos filhos estudam graças a esse trabalho. Estamos a evitar roubar coisas alheias. Não negamos, mas que nos indiquem um mercado”.
Mesmo reconhecendo que a venda neste local não é segura e tira a estética da cidade, preferem continuar aqui, e insistem que não tem onde ir.
Para os peões, apesar das facilidades na compra, a ocupação dos passeios tem trazido constrangimentos na locomoção.
“Tem causado alguns constrangimentos, tal como acidentes, mas eu entendo que estes vendedores precisam deste local para o seu auto-sustento”, explicou Nilza Macuacua.
Além do Mucoreano, a edilidade orientou os vendedores informais a ocuparem as bancas dos mercados Compone e 1 de Junho, que entretanto, tem quase todas as bancas ocupadas.
Fonte: O País