Vitinha, em entrevista ao The Times, a propósito da receção do Paris Saint-Germain ao Manchester City, para a Liga dos Campeões, diz que a saída de Kylian Mbappé para o Real Madrid foi um duro golpe para a equipa francesa, mas, por outro lado, o internacional português considera que a equipa acabou por crescer em termos coletivos.
Vitinha teve uma ascensão meteórica no FC Porto e quando chegou ao PSG, em 2022, encontrou um balneário recheado de estrelas, com Lionel Messi, Mbappé, Neymar, Sergio Ramos, Marco Verrarti, entre outros. «Foi como um sonho. Pensei que não fosse real por muito tempo», começa por destacar o jovem médio que nunca tinha visitado Paris antes de assinar pelo emblema do Parque dos Príncipes.
O jovem Vitinha sentiu dificuldades em encontrar o seu espaço e os primeiros tempos não foram fáceis, até encontrar o seu espaço, com a missão de fazer o trabalho que as estrelas não faziam em campo. «Não foi fácil, mesmo nos jogos, com as obrigações que tinha. Mas vou lembrar esse período para o resto da minha carreira porque joguei com os melhores. É uma coisa que vou contar aos meus filhos e netos um dia», comentou.
Em 2023 houve uma revolução no PSG, com a saída de algumas estrelas, como Messi e Neymar, e um rejuvenescimento do plantel. Em dois tempos, Vitinha passou a ser um dos mais velhos, com apenas 24 anos. «Eu prefiro este tipo de projeto. A nova forma como eles olham para a construção da equipa, com uma visão a longo-prazo, é a melhor forma», destacou.
Vitinha acabou por afirmar-se na equipa, sobretudo, depois da chegada de Luis Enrique que passou a privilegiar mais a posse de bola. «Ele é muito intenso. Considero mesmo que não podia ter encontrado um melhor treinador. Ele consegue encaixar as minhas melhores características no jogo. O melhor de tudo é que ele é muito direto. Nunca te vai mentir. O que ele quer dizer, diz. Não podes ficar com uma impressão errada. Isso é muito bom para um jogador. Sabes sempre o que o treinador pensa sobre ti. Gosto muito disso. Às vezes os treinadores não são tão diretos, para se protegerem a eles próprios», destacou.
Na última temporada, Vitinha esteve nomeado para a Bola de Ouro, ajudou o PSG a chegar às meias-finais da Champions e esteve ainda na fase final do Euro2024 com a seleção portuguesa. «Foi uma época quase perfeita. Digo quase porque, na Champions, ainda dói e vai continuar a doer por muito tempo. Estávamos mesmo a sentir que era nossa. Tínhamos tudo para chegar à final e numa final tudo pode acontecer. Foi mesmo difícil digerir aquela grande desilusão», recorda, em alusão aos jogos com o Borussia Dortmund que venceu os dois jogos por 1-0.
Já esta época, o PSG continua sem rivais à altura na liga francesa, mas na Liga dos Campeões, a equipa ocupa, nesta altura, um modesto 25.º lugar e está fora dos lugares que dão acesso aos play-off. Uma diferença gigante em relação às ambições da equipa que Vitinha explica com a saída do melhor jogador da equipa.
«É uma época diferente. Não temos problemas em falar disso. O Kylian é um dos melhores, senão mesmo o melhor. Já sabíamos que ia ser difícil. Não o podes substituir diretamente, mas podemos substituí-lo com a equipa. Foi isso que fizemos, mas isso leva tempo. Penso que coletivamente estamos melhores e já mostrámos isso. Às vezes os golos não surgem, mas temos muitos bons avançados», comentou.
Se o PSG passou por dificuldades, o que dizer do Manchester City de Pep Guardiola que, depois de ganhar tudo, afundou-se numa crise de resultados. «Não estava nada à espera disso, mas faz sentido. Eles estão juntos há muito tempo, ganharam tudo, mas às vezes acontece», comentou.
A verdade é que o PSG está obrigado a bater o City, na próxima quarta-feira, para chegar, pelo menos, à zona de play-off da Champions. «Temos noção da importância desse jogo nas contas da qualificação. Podem imaginar a fome que temos em demonstrar a toda a gente que somos uma equipa forte e que podemos estar à altura deste tipo de jogos», referiu ainda.
Fonte: Mais Futebol