Jorge Jesus estava “afiado” na entrevista concedida ao Globo Esporte.
O sucesso que teve à frente do Flamengo durante 13 meses entre 2019 e 2020 fez ele se comparar com Pedro Álvares Cabral, o navegador e explorador português que chegou ao Brasil em 22 de abril de 1500.
Em um primeiro momento, o técnico de 70 anos disse que ele e sua comissão técnica deixaram um legado no futebol brasileiro:
“A minha passagem obrigou o futebol brasileiro e o próprio treinador a olhar o jogo de outra maneira. Quando chegamos, o futebol era muito de posição, de pouca pressão. Hoje, eles já sabem o que é fazer pressão alta. Esse foi um dos componentes que mudaram o futebol brasileiro, porque a qualidade do jogador continua lá, mas só o talento não ganha jogos. Hoje, as grandes equipes do Brasil estão a ir por essa mudança, como na Europa. E, sim, sinto que deixamos um legado para que os outros treinadores portugueses, como Abel (Ferreira) e Artur Jorge, tivessem a continuidade dessa ideia.”
Responsável por comandar a esquadra que desembarcou no litoral da Bahia, Pedro Álvares Cabral seria citado na sequência:
“Isso fez com que três treinadores portugueses no espaço de cinco anos ganhassem (a Libertadores). Eu me sinto como o Pedro Álvares Cabral do futebol português no Brasil, onde foi confirmado e justificado. O treinador português é o melhor treinador do mundo.”
Mais títulos do que derrotas ⚫🔴
Então livre no mercado, Jorge Jesus chegou ao Flamengo em junho de 2019.
E fez história ao conquistar a Libertadores (encerrando jejum do Fla de 38 anos) e o Brasileirão no mesmo ano.
Somente o Santos de Pelé tinha feito o mesmo (em 1962 e 1963) quando a Taça Brasil era o Brasileirão da época – o Botafogo repetiria o feito de Peixe e Fla no ano passado.
Ainda conquistou a Supercopa do Brasil, a Taça Guanabara e Carioca em 2020 antes de deixar o Rubro-Negro rumo ao Benfica em julho.
Foram mais taças (cinco) do que derrotas (quatro) ao longo de 57 partidas.
📸 Bruna Prado – 2019 Getty Images
🟢⚪ Abel e Artur Jorge brilharam depois ⭐
Vários treinadores portugueses já tinham trabalhado no país antes de JJ.
E muitos outros chegaram após o sucesso do Mister da torcida rubro-negra.
Abel Ferreira é quem ostenta o maior sucesso – e longevidade.
Foi oficializado em 30 de outubro de 2020, estreou no comando do Palmeiras logo depois (5 de novembro) e segue à frente do Alviverde.
Nenhum clube das três principais divisões do futebol brasileiro tem um técnico mais longevo.
Já são dez títulos. Incluindo duas Libertadores (2020 e 2021), dois Brasileiros (2022 e 2023) e uma Copa do Brasil (2020).
📸 RICARDO MORAES
O Verdão ainda é o atual tricampeão paulista. E busca algo inédito: o primeiro tetra consecutivo da era profissional do futebol paulista.
Já Artur Jorge veio, venceu e deixou o Botafogo de forma conturbada.
Após apostar em Luís Castro (que pediu demissão para comandar o Al-Nassr) e Bruno Lage, o Glorioso teve um 2024 histórico com o ex-treinador do Braga no comando.
📸 Wagner Meier – 2024 Getty Images
Celebrou sua primeira Copa Libertadores e o Brasileirão – findando jejum de 29 anos.
Além de Abel, Pedro Caixinha (Santos) e Pepa (Sport) são os representantes lusos em equipes da elite nacional.
📸 Yasser Bakhsh – 2024 Getty Images
Fonte: OneFootball
