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Adesina Celebra Parcerias e Aponta Caminho para Mobilizar Capital Global e Impulsionar a Industrialização e Infra-Estruturas em África

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A Assembleia Geral de Accionistas da África50, realizada em Maputo, foi palco para o Presidente cessante do Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB) e Chairman da África50, Akinwumi Adesina, apresentar um balanço marcante da sua liderança. Com números expressivos e exemplos concretos de impacto, destacou Moçambique como parceiro estratégico, apelou a parcerias mais robustas para colmatar o défice de financiamento em infra-estruturas e deixou claro que, mesmo após o fim do seu mandato, continuará a mobilizar capital global para África.

Akinwumi Adesina sublinhou o compromisso histórico do AfDB com Moçambique, referindo que entre 2015 e 2025 o banco canalizou para o país US$ 1,6 mil milhões, valor que representa 41% de todo o financiamento concedido desde 1977. Este apoio, disse, teve incidência directa em sectores estratégicos para o desenvolvimento sustentável e integração regional.

Um dos exemplos mais emblemáticos é o financiamento de US$ 400 milhões para o projecto de gás natural liquefeito (LNG) em Cabo Delgado, um investimento avaliado em US$ 20 mil milhões no total. Adesina destacou a importância da visita do Presidente Daniel Chapo ao local, em Fevereiro, como sinal político que reforçou a confiança dos investidores internacionais.

No sector energético, o AfDB contribuiu para duplicar a taxa de acesso à electricidade — de 30% em 2018 para 60% em 2024. O projecto Mozambique Energy for All, com US$ 34 milhões de financiamento, levou energia a mais de 45.500 famílias, incluindo 14.000 lideradas por mulheres, em províncias como Zambézia e Nampula.

O apoio estendeu-se ainda à agricultura e logística, com a criação de zonas agro-industriais de processamento, como a de Pemba–Lichinga, e à modernização dos corredores de Nacala e Beira, infra-estruturas vitais para dinamizar o comércio regional no contexto da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA).

Com o seu “chapéu” de chairman da África50, Adesina apresentou o crescimento da instituição criada pelo AfDB: de um único colaborador há oito anos para 100 funcionários actualmente, US$ 1,4 mil milhões em activos sob gestão e um portefólio empresarial avaliado em US$ 8 mil milhões. Entre os projectos em Moçambique, mencionou a participação na Central Térmica de Ressano Garcia (175 MW), a finalização de acordos para três linhas de transmissão eléctrica em parceria com a EDM e a Power Grid, e o desenvolvimento de um data center em Maputo.

Adesina fez questão de reforçar que o défice de financiamento para infra-estruturas em África ronda os US$ 170 mil milhões anuais, defendendo que este só poderá ser colmatado com parcerias alargadas que incluam instituições financeiras multilaterais e bilaterais, bancos de investimento e fundos de private equity, fundos soberanos, fundos de pensões e companhias de seguros, e também a cooperação entre países para financiar projectos transfronteiriços. O apelo foi feito com uma metáfora forte: “Juntemos as nossas mãos à volta da árvore Baobá das oportunidades de infra-estruturas em África”.

No balanço do seu mandato, o presidente cessante encerra o ciclo a 1 de Setembro de 2025 com um legado sólido. O capital do AfDB aumentou de US$ 93 mil milhões em 2015 para US$ 318 mil milhões em 2025, o maior na história da instituição. A classificação de crédito AAA foi mantida por 10 anos consecutivos, mesmo durante a pandemia. O banco foi eleito a instituição financeira multilateral mais transparente do mundo nos últimos dois anos, e o Africa Investment Forum mobilizou mais de US$ 225 mil milhões em intenções de investimento. Tanto o AfDB como a Africa50 consolidaram-se como referências globais no financiamento de projectos estruturantes em África.

Ao concluir, Adesina afirmou: “Não estarei a recuar. Estarei a avançar no nosso esforço colectivo para desbloquear capital global para África”, garantindo que o fim formal do mandato será apenas o início de uma nova fase de acção.

Fonte: O Económico

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