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Africa50 Ultrapassa US$ 1,4 Mil Milhões Em Activos Sob Gestão E Consolida Liderança No Financiamento De Infra-Estruturas

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A Africa50 anunciou, em Maputo, ter ultrapassado a marca de US$ 1,4 mil milhões em activos sob gestão, consolidando-se como plataforma de referência no financiamento de infra-estruturas no continente. O encontro reuniu o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, e o Presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), Akinwumi Adesina, num momento em que o país fecha novos acordos para energia e transformação digital. 

A sessão anual dos accionistas da Africa50, realizada em Maputo, serviu para firmar a trajectória ascendente da plataforma, que combina escala, velocidade e capacidade de mobilização de capital africano para atacar o défice anual de financiamento de infra-estruturas, estimado em US$ 170 mil milhões. Segundo Akinwumi Adesina, o valor agregado das empresas participadas pela Africa50 supera já os US$ 8 mil milhões, enquanto a organização amadureceu institucionalmente, passando de um único colaborador para uma equipa de 100 profissionais, com 37 accionistas distribuídos por 33 países e quatro instituições. 

No plano doméstico, dois Memorandos de Entendimento dão o tom do reforço de parcerias com Moçambique: (i) desenvolvimento de três linhas de transmissão sob um modelo independente (IPT), em coordenação com a EDM, visando sustentar a meta de acesso universal à electricidade até 2030 e viabilizar a vocação exportadora do país no seio da SADC; e (ii) implantação de um novo data center em Maputo, com modernização da infra-estrutura existente, para elevar a resiliência e a soberania digital. 

A ambição de mobilizar poupança africana para activos africanos ganhou tração com o Africa Infrastructure Acceleration Fund, que captou US$ 275 milhões junto de mais de 20 investidores institucionais—fundos soberanos, fundos de pensões e seguradoras—sinalizando confiança crescente nas oportunidades do pipeline de projectos do continente. Em paralelo, a Africa50 anunciou o primeiro fecho de US$ 115 milhões da AGIA (Alliance for Green Infrastructure in Africa) e firmou um acordo-quadro com o Secretariado da AfCFTA para desenvolver e financiar infra-estruturas habilitadoras do comércio intra-africano. 

Este dinamismo cruza-se com a pegada histórica do AfDB em Moçambique: US$ 1,6 mil milhões investidos na última década—41% do total desde o início das operações no país—incluindo US$ 400 milhões de dívida sénior no projecto LNG de Cabo Delgado e o programa “Mozambique Energy for All”, que já levou energia a mais de 45.500 agregados familiares. O apoio do Banco na energia contribuiu para duplicar a taxa nacional de acesso, de 30% (2018) para 60% (2024), além de intervenções em corredores logísticos (Nacala e Beira) e zonas agro-industriais (Pemba-Lichinga). 

No plano nacional, a carteira da Africa50 inclui participação accionista na central a gás CTRG (175 MW), a finalização de acordos de desenvolvimento para três linhas de transmissão sob o modelo IPT, em parceria com a EDM e a Power Grid, e a instalação do data center de Maputo—activos com impacto directo na segurança energética, qualidade de rede e transformação digital do Estado e do sector privado. 

Para Daniel Chapo, a adesão de Moçambique à Africa50 em 2024 foi estratégica: a plataforma é vista como parceira-chave para acelerar projectos com efeito multiplicador em emprego, receitas e modernização produtiva, espelhando uma “nova África” que aposta na cooperação intra-africana e na prosperidade partilhada. Para Adesina, a consolidação da Africa50 e a expansão de iniciativas como a AGIA ilustram que fechar o hiato de infra-estruturas requer parcerias e escala—um convite a “dar as mãos em volta do embondeiro” das oportunidades do continente. 

A Africa50 foi concebida pelos Governos africanos e pelo AfDB para acelerar a preparação, estruturação e financiamento de projectos de infra-estruturas transformacionais—combinando capital paciente, inovação financeira e disciplina de execução para reduzir prazos, custos e riscos na implementação. O anúncio em Maputo reforça o posicionamento de Moçambique como hub energético e logístico regional, ao mesmo tempo que ancorará activos digitais críticos para a competitividade da economia.

Fonte: O Económico

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