A subsecretária-geral para os Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, falou em nome da ONU na reunião em que participou o primeiro-ministro do Catar. Argélia, Paquistão e Somália solicitaram o encontro.
Ataque israelense a Doha
Para DiCarlo, o ataque israelense a Doha potencialmente “abre um novo e perigoso capítulo no conflito arrasador na região”, ameaçando seriamente a paz e a estabilidade.
Ela lembrou que o Catar, juntamente com o Egito e os Estados Unidos, atua de forma intensa para mediar um acordo de cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza, em esforços “que visam acabar com o sofrimento e abrir caminho para a paz”.
Após agradecer o compromisso e a diplomacia construtiva catarense, DiCarlo afirmou que todas as partes devem agir para preservar esses esforços. Mas lamentou as ações de Israel “no auge das consultas em andamento com as partes”.
A chefe dos Assuntos Políticos alertou que “qualquer ação que prejudique o trabalho de mediação e diálogo enfraquece a confiança” nos mecanismos dos quais a comunidade internacional depende para a resolução de conflitos.
Canais de negociação e mediação
A subsecretária-geral disse que preservar a integridade dos canais de negociação e mediação é crucial para fomentar a confiança necessária para que as partes se envolvam em um diálogo significativo.
Para a chefe das Assuntos Políticos essa atitude também “é vital para salvaguardar as normas que sustentam a diplomacia e a pacificação”. Ela desencorajou atos de violência e conflitos dizendo que essas ações são contrárias a soluções duradouras e justas no Oriente Médio.
O apelo feito a todas as partes interessadas é “que exerçam máxima moderação no momento delicado atual e se comprometam novamente com a diplomacia.”
Sofrimento das populações
Para DiCarlo, em Gaza, a urgência de um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns nunca foi tão grande. Ela pediu que as partes cheguem a um acordo, libertem os reféns e acabem com o sofrimento das populações.
A alta funcionária da ONU lembrou que em menos de um mês será marcado o segundo ano dos “atos de terror” que desencadearam confrontos em Gaza. O conflito matou dezenas de milhares de pessoas, a maioria civis, e destruiu quase completamente o enclave.
Rosemary DiCarlo destacou ainda a piora da situação na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e escaladas perigosas em toda a região, envolvendo Irã, Líbano, Síria e Iêmen.
Fonte: ONU