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Banco de Moçambique Reduz Taxa MIMO e Reservas Obrigatórias para Estimular a Economia

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O Banco de Moçambique anunciou a redução da taxa MIMO para 12,25% e dos coeficientes de Reservas Obrigatórias para 29% em moeda nacional e 29,5% em moeda estrangeira, numa tentativa de aliviar os custos financeiros, estimular o crédito e dinamizar a economia.

As medidas, apresentadas pelo Governador Rogério Zandamela no âmbito da reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), respondem a um clamor do sector privado e ocorrem num contexto de desafios fiscais, inflação controlada e tensões económicas.

No decurso da comunicação oficial sobre a revisão das taxas de juro e dos coeficientes de reservas obrigatórias pelo CPMO, Rogério Zandamela, reafirmou o compromisso do banco central em garantir a estabilidade económica e monetária.

As medidas anunciadas incluem a redução da taxa MIMO para 12,25% e a diminuição dos coeficientes de Reservas Obrigatórias (ROs) de 39% para 29% em moeda nacional e de 39,5% para 29,5% em moeda estrangeira. Estas alterações visam aliviar a pressão sobre o sistema financeiro, estimular o crédito e apoiar a retoma da actividade económica no país.

Estabilidade Monetária em um Cenário Desafiante

Zandamela destacou que as decisões foram tomadas com base em projecções que indicam a manutenção da inflação dentro de níveis de um dígito no médio prazo, mesmo num contexto de desafios económicos e pressões externas.

“O nosso objectivo é assegurar que a inflação permaneça controlada, criando um ambiente favorável ao investimento e protegendo o poder de compra das famílias moçambicanas,” afirmou o Governador.

A redução da taxa MIMO e dos coeficientes de reservas obrigatórias é uma resposta às crescentes demandas do sector privado, que tem apelado por medidas que estimulem o crédito e diminuam os custos financeiros, especialmente para sectores estratégicos como a agricultura.

Reformas no Sistema Financeiro e Inclusão

O Governador também abordou as reformas em curso no sistema financeiro, salientando a importância de fortalecer a resiliência das instituições bancárias e de fomentar a inclusão financeira. Entre as prioridades, está a digitalização dos serviços financeiros como meio de alcançar populações sem acesso a bancos.

“Estas mudanças são fundamentais para modernizar o sistema bancário, adaptando-o às necessidades de uma economia em transformação e fortalecendo o papel do sector financeiro no financiamento de áreas prioritárias como agricultura, indústria e infra-estruturas,” acrescentou Zandamela.

Desafios Fiscais e Sustentabilidade

A comunicação do CPMO também trouxe à tona os desafios fiscais enfrentados pelo País, como o aumento da dívida pública interna, que atingiu 435,6 mil milhões de meticais. Zandamela destacou que, embora as reservas internacionais estejam em níveis confortáveis (cobrindo cerca de cinco meses de importações), o equilíbrio entre sustentabilidade fiscal e financiamento de prioridades nacionais é crítico.

“É essencial assegurar uma gestão fiscal prudente, alinhada às metas de desenvolvimento económico do país, enquanto mitigamos os riscos associados à dívida pública crescente,” afirmou.

Respostas às Demandas do Sector Privado

O Governador alinhou as medidas do banco central às propostas da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que tem solicitado políticas monetárias mais expansionistas. A CTA sugeriu a redução adicional dos coeficientes de reservas obrigatórias e a introdução de taxas de juro diferenciadas para o sector agrícola, considerado estratégico para a economia nacional.

“Apoiamos as iniciativas que incentivem o financiamento de sectores produtivos e estratégicos, pois são eles que impulsionarão o crescimento sustentável,” disse Zandamela, reafirmando o compromisso do Banco de Moçambique em trabalhar em estreita colaboração com o sector privado.

Próximos Passos e Perspectivas

A próxima reunião do Comité de Política Monetária está marcada para 26 de Março de 2025, quando o banco central avaliará a eficácia das medidas adoptadas e os potenciais ajustes necessários, considerando as condições económicas.

As declarações de Zandamela reflectem uma abordagem equilibrada do Banco de Moçambique, que busca garantir estabilidade monetária, fomentar o crescimento económico e responder aos desafios fiscais, enquanto mantém o foco na sustentabilidade e na inclusão financeira.

Fonte: O Económico

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