Argentino começou a tomar por causa da pressão que sentia, sobretudo na seleção
Em entrevista aos compatriotas do Infobae, concedida antes ainda do Mónaco–Benfica – jogo no qual saiu do banco e acabou depois por pedir a substituição, devido a problemas na coxa esquerda – Ángel di María falou dos momentos em que teve mais dificuldade para lidar com a pressão, sobretudo quando vestia a camisola da seleção argentina.
O futebolista do Benfica foi recordado de uma lista elaborada pela sua esposa, Jorgelina, que tinha os nomes de pessoas que via como detratores do marido. Uma lista que a própria comentou no documentário dedicado ao jogador, lançado em setembro na plataforma Netflix.
«Já está, já passou. Não guardei esse rancor, sempre tive essa possibilidade e estou agradecido a Deus que tudo foi endireitando e fui dando a volta, para o lado que queria. Hoje em dia faço uma nota e têm de dizer “campeão do mundo, conquistaste tudo”. Isso, para mim, já é ganhar», começou por dizer Di María.
Questionado se o golo no Maracanã, ao Brasil, que garantiu a conquista da Copa América pela Argentina, em 2021, serviu mesmo para quebrar uma barreira, deu o exemplo de Higuaín, com quem fala regularmente. «Vive em Miami e afetou-o muito tudo o que sucedeu. E tu dizes: “Jogou no Real Madrid, no Nápoles, na Juventus, em equipas terríveis, foi goleador em todos os lados, e só por falhar a conquista de um troféu pelo país acaba assim, mal, a ir ao psicólogo?!”. Infelizmente, na Argentina somos assim. Se ganhas és o melhor, se perdes és o pior. Por isso digo que retirei-me no momento certo, quando ninguém pode dizer nada. Continuava, depois tinha um jogo qualquer que perdia, um Mundial que não se ganhava, e sais nessa altura?.»
Di María conseguiu tirar esse peso de cima. Conseguiu ganhar o Mundial pela Argentina, em 2022, e ainda uma segunda Copa América, em 2024. Ainda assim, dá a cara, dá o exemplo. Não esconde que os efeitos dos momentos mais sombrios ainda se fazem sentir: «Por causa disso continuo a tomar comprimidos. Pode baixar, estou muito melhor, mas é algo aditivo também. Acontecia muito ao Bilardo, muita gente dizia. Mas estou muito melhor, nesse sentido. São coisas que ficam, que te marcam», assume.
Fonte: A Bola
