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p style=”margin-bottom:11px”>Carlo Ancelotti foi confirmado esta segunda-feira como novo selecionador do Brasil, mas antes do reputado treinador italiano já houve três estrangeiros a comandar o escrete, um deles português. Falamos de Jorge Gomes Lima, mais conhecido por Joreca, que, antes de chegar a selecionador foi jornalista e árbitro.
Três estrangeiros que não deixaram grande marca na rica história da seleção brasileira, até porque todos eles estiveram pouco tempo nessas funções.
O primeiro de todos foi Ramón Platero, um treinador que ganhou notoriedade na década de vinte do século passado, tendo ficado para a história como o primeiro treinador do Flamengo, mas também treinou o Fluminense, Vasco da Gama, Palestra Italia (atual Palmeiras) e o São Paulo.
Já depois de ter sido selecionador do Uruguai e de, em 1917, ter conquistado o Campeonato Sul-Americano [atual Copa América], prosseguiu a carreira no Brasil e chegou a treinar o Vasco e o Flamengo ao mesmo tempo. Em 1925 foi convidado pela Confederação Brasileira de Futebol para liderar a seleção que ia disputar o Campeonato Sul-Americano que ia decorrer na Argentina, mas foi uma aventura curta, uma vez que foi a seleção anfitriã que conquistou o troféu.
Joreca foi campeão paulista e lançou o «cabecinha de ouro»
Vinte anos depois de Platero, foi a vez de Joreca, um português, nascido em Lisboa, em 1904, que ganhou nome no Brasil como jornalista, cronista e comentarista, pelos dotes de oratória. Já no Brasil, acabou por formar-se na Escola de Educação Física do Estado de São Paulo, já no início da década de quarenta, e começou a carreira de treinador numa seleção paulista amadora.
Depois foi árbitro de futebol e, em 1942, apitou no jogo de estreia do histórico Leônidas da Silva, num jogo entre o São Paulo e o Corinthians, no Estádio Pacaembu. No ano seguinte foi chamado para treinar o São Paulo que tinha começado mal o campeonato, e acabou por ser campeão paulista, título que voltaria a conquistar em 1946 e 1947.
Foi no ano de 1944, em plena II Grande Guerra Mundial, que Joreca foi fugazmente chamado para comandar a seleção brasileira, em conjunto com Flávio Costa, por apenas dois jogos, tendo somado duas vitórias categóricas sobre o Uruguai, a primeira por 6-1 e a segunda por 4-0.
Além da ligação ao futebol, Joreca também tinha uma paixão pelo boxe e chegou mesmo a subir a um ringue para fazer dois combates que acabou por vencer.
Em 1949 treinou ainda o Corinthians, tendo acumulado 52 jogos, numa equipa que contava com Baltazar, o «cabecinha de ouro», um avançado que marcava muitos golos de cabeça [71 de um total de 266 golos que marcou pelo Corinthians].
Joreca faleceu poucos meses depois de ter sido despedido do Corinthians, aos 49 anos, em dezembro de 1949, vítima de um ataque cardíaco
Filpo Nuñez conquistou uma Taça de Portugal pelo Leixões
Depois de Joreca, já na década de sessenta, o Brasil voltou a ser comandado por um uruguaio, neste caso, Filpo Nuñez, também conhecido como Don Filpo que também acabou por ter sucesso em Portugal.
Foi selecionador apenas por um jogo, na inauguração do Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, a 7 de setembro de 1965, num jogo em que o escrete, composto exclusivamente por jogadores do Palmeiras, bateu o Uruguai por 3-0.
Em Portugal treinou o Leixões, Vitória de Setúbal e Lusitano de Évora e conduziu a equipa de Matosinhos à conquista da Taça de Portugal, em 1961, com uma vitória sobre o FC Porto (2-0), em pleno Estádio das Antas.
Agora segue-se Carlo Anceloti, quatro estrangeiro a comandar o Brasil que deverá, à partida, fazer mais jogos do que os três antecessores estrangeiros juntos, até porque tem, já no próximo ano, uma fase final de um Campeonato do Mundo para disputar nos Estados Unidos, Canadá e MéxicoJorge Gomes.
Fonte: Mais Futebol