No discurso de encerramento, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, afirmou que a declaração final da Conferência, conhecida como Compromisso de Sevilha está focada em soluções que reafirmam os compromissos de Adis Abeba assumidos há uma década, na Etiópia.
Multilateralismo em ação
Para ela, o encontro demonstra que a cooperação multilateral permanece relevante e funciona. Já o ministro-chefe das Finanças da Espanha, Carlos Cuerpo, afirmou que a cidade de Sevilha será lembrada “não como uma zona de aterrissagem, mas como uma plataforma de lançamento para ações que visem melhorar os meios de subsistência em todo o mundo”.
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais e secretário-geral da Conferência, Li Junhua, reiterou que a ONU é “mais do que apenas um espaço para diálogo; é uma plataforma poderosa para soluções que transformam vidas”.
Segundo ele, a Conferência demonstrou a vontade coletiva de enfrentar os desafios financeiros mais urgentes e complexos do nosso tempo”, destacou o chefe da DESA no encerramento.
Plano de ação concreto
Em entrevista a jornalistas, a vice-secretária-geral da ONU contou que houve uma “tentativa séria e, há muito, esperada de se enfrentar a crise da dívida”, ao mesmo tempo em que se buscou fechar o enorme déficit de financiamento para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS, de 2030.
Juntamente com este acordo, mais de 100 novas iniciativas foram lançadas no âmbito da Plataforma de Ação de Sevilha. Estas incluem um centro global para trocas de dívida, uma aliança de “pausa da dívida” e um imposto solidário sobre jatos particulares e voos de primeira classe para financiar objetivos climáticos e de desenvolvimento.
Leia um resumo dos principais compromissos assumidos por Sevilha para o futuro:
Enfrentando o peso da dívida:
• A Espanha e o Banco Mundial liderarão um Centro de Conversão de Dívida para o Desenvolvimento para ampliar os acordos de dívida para o desenvolvimento.
• A Itália converterá € 230 milhões em dívida africana em investimentos para o desenvolvimento.
• Uma Aliança de países e bancos de desenvolvimento, com a Cláusula de Pausa da Dívida, suspenderá o pagamento da dívida durante crises.
• O Fórum de Sevilha sobre a Dívida ajudará os países a coordenar os esforços de gestão e reestruturação da dívida.
Mobilização de investimentos:
• Uma coalizão Global Solidarity Levies tributará jatos particulares e voos premium para arrecadar fundos para o clima e os ODS.
• A plataforma Scaled expandirá o financiamento combinado, apoiado por parceiros públicos e privados.
• A FX Edge e a Delta ajudarão a ampliar os empréstimos em moeda local por meio de ferramentas de gestão de risco.
• Brasil e Espanha liderarão o trabalho por uma tributação mais justa para os “super ricos”.
• Novos centros de assistência técnica apoiarão a preparação e a execução de projetos.
Fortalecimento dos sistemas financeiros:
• Plataformas de financiamento lideradas pelos países apoiarão os planos nacionais.
• A coalizão Reino Unido-Bridgetown visa expandir o financiamento para desastres.
Papel do setor privado:
• No Fórum Internacional de Negócios, as empresas se comprometeram a aumentar o investimento de impacto, com US$ 10 bilhões em projetos apresentados.
*Matt Wells, enviado especial da ONU News a Sevilha
Fonte: ONU