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Desenvolvimento socioeconómico na agenda dos partidos libertadores

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NILZA GUNE, EM JOANESBURGO

DISCUTIR as estratégias de desenvolvimento socioeconómico dos países da região da África Austral que lutaram contra os governos coloniais português, britânico e o sistema segregacionista do “apartheid” é uma das prioridades da Cimeira destas formações políticas que inicia hoje, em Gauteng, na África do Sul.

O evento junta a Frelimo; a Organização Popular do Sudoeste Africano (SWAPO), da Namíbia; União Nacional Africana do Zimbabwe-Frente Patriótica (ZANU-PF); Chama Cha Mapinduzi, da Tanzania; e Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e Congresso Nacional Africano (ANC), este último é anfitrião.

Durante os quatro dias os movimentos de libertação pretendem também reflectir sobre os desafios que partilham a começar pela estabilidade política, democracia, desenvolvimento e justiça social.

Estas temáticas serão apreciados ao mais alto nível pelos presidentes destas formações políticas que, segundo a secretária-geral-adjunta do ANC, Nomvula Mokonyane, alguns já confirmaram a presença.

“A cimeira que junta todos os movimentos de libertação é muito importante e estratégica. A última vez foi em 2022, não com todos os presidentes, mas com os secretários-gerais. Este é excepcional. Todos os presidentes virão. Mesmo aquele que não virá enviará um representante com uma mensagem gravada, é o caso da Tanzania. Outros presidentes vêm”, garantiu.

Estão igualmente presentes o antigo presidente Joaquim Chissano, o antigo dirigente da África do Sul Thabo Mbeki e o actual, Cyril Ramaphosa.

A cimeira decorre sob o lema “Defender os ganhos da libertação, avançar no desenvolvimento socioeconómico integrado e fortalecer a solidariedade para uma África melhor”, na qual os partidos libertadores reafirmam o compromisso colectivo com a unidade africana, desenvolvimento, igualdade de género e a resistência contra o neocolonialismo e a dominação imperial.

PERFIL HISTÓRICO DAS FORÇAS POLÍTICAS

OS partidos presentes na cimeira têm em comum o legado de terem lutado pela independência nacional, recorrendo tanto à força militar como à negociação política. A reunião em Gauteng é, portanto, não apenas um fórum político, mas também um símbolo de resistência, memória e renovação.

A Frelimo governa o país desde a independência em 1975 e desempenhou um papel crucial na luta contra o colonialismo português.

Eduardo Mondlane é o fundador e primeiro presidente da organização e depois da sua morte foi sucedido por Samora Machel, primeiro presidente após a independência. Seguiu-se Joaquim Chissano, depois Armando Guebuza e Filipe Nyusi. Agora é liderado por Daniel Chapo.

A SWAPO é um partido político e ex-movimento de libertação da Namíbia. A Namíbia, anteriormente conhecida como Sudoeste Africano, foi colonizada pela Alemanha e, após a Primeira Guerra Mundial, ficou sob mandato da Liga das Nações, administrada pela África do Sul. A independência foi conquistada em 21 de Março de 1990, após um longo processo de negociações e conflitos. Actualmente, a SWAPO é o partido no poder, mas a oposição política tem crescido e se diversificado, com partidos como o Movimento dos Sem Terra e o Movimento Democrático Popular ganhando espaço. 

A União Nacional Africana do Zimbabwe- Frente Patriótica (ZANU-PF) é o partido político no poder desde a independência do país em 1980. Liderado inicialmente por Robert Mugabe, o partido tem sido a força política dominante, com uma história marcada pela luta pela independência e pela subsequente governação.

Robert Mugabe foi uma figura central na história do ZANU-PF, liderando o partido desde a independência até 2017, quando foi removido da liderança após um golpe de estado que levou à ascensão de Emmerson Mnangagwa como presidente e líder do ZANU-PF.

Esta formação política tem enfrentado desafios, incluindo críticas à sua governação, a perda do controlo exclusivo do parlamento em 2008 e a crise económica no país, mas continua a ser a força política dominante.

O Chama Cha Mapinduzi (CCM) é o partido que está há mais tempo no poder em África. Foi formado em 1977 através da fusão da União Nacional Africana de Tanganyika e do Partido Afro-Shirazi. O CCM tem vencido todas as eleições gerais desde 1995, mantendo uma forte maioria na Assembleia Nacional. 

O partido é visto como tendo uma forte influência na política e nas decisões do governo na Tanzania, mesmo após a introdução do multipartidarismo. 

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) é um partido político angolano que governa o país desde a independência em 1975. O MPLA desempenhou um papel crucial na luta pela independência e tem sido a força política dominante em Angola desde então. 

O MPLA continua sendo uma força política importante em Angola, com influência em diversas áreas da sociedade e da economia. 

Já o Congresso Nacional Africano (ANC) é um partido político e movimento de libertação nacional na África do Sul. Foi fundado em 1912 como Congresso Nacional Nativo Sul-Africano. Teve um papel crucial na luta contra o “apartheid” e, após o fim do regime, liderou as primeiras eleições multirraciais em 1994, com Nelson Mandela como presidente. Actualmente, é o partido dominante na África do Sul, embora enfrente críticas e desafios internos. 

 

Fonte: Jornal Noticias

 

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