Desistir da escola: uma decisão solitária que compromete o futuro colectivo

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Por: Gelva Nhacuongue

Abandonar a escola é, na maioria dos casos, uma decisão tomada em silêncio. Para quem a assume, pode parecer apenas um caminho individual, um alívio momentâneo perante as barreiras da vida. Mas os efeitos dessa escolha vão muito além do estudante que fecha os cadernos refletem-se na família, na comunidade e no próprio país.

Os números mostram que o abandono escolar continua a ser um dos maiores entraves ao desenvolvimento. A pobreza, a gravidez precoce, a distância até às escolas e a falta de condições básicas empurram milhares de jovens para fora das salas de aula todos os anos. Cada desistência é uma oportunidade perdida de formar cidadãos mais informados, trabalhadores mais qualificados e líderes mais preparados para enfrentar os desafios colectivos.

No imediato, a decisão pode parecer inevitável: trabalhar para sustentar a família, cuidar de um filho ou simplesmente desistir diante das adversidades. Porém, a longo prazo, o preço é demasiado alto. Jovens sem qualificações acabam confinados a empregos precários, perpetuando ciclos de pobreza e desigualdade.

Menos estudantes na escola significam menos profissionais de saúde nos hospitais, menos professores nas salas de aula, menos engenheiros nas obras do país. Cada carteira vazia compromete a capacidade de sonhar e de crescer.

A educação continua a ser a chave mais segura para romper ciclos de exclusão. Por isso, reduzir o abandono escolar exige comunidades vigilantes e famílias envolvidas. Exige também que os jovens compreendam que, apesar dos obstáculos, permanecer na escola é investir não apenas no próprio destino, mas no destino de todos.

 

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