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Dólar Estabiliza Após Queda Abrupta Impulsionada por Inflação Moderada e Trégua Comercial EUA-China

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As expectativas de cortes nas taxas pela Reserva Federal ganham força, mas incertezas sobre a política externa dos EUA continuam a penalizar a confiança global na moeda norte-americana.

O dólar norte-americano estabilizou-se esta quarta-feira, 14/05, após ter registado a sua maior queda em mais de três semanas, pressionado por dados de inflação mais fracos do que o esperado e pelo alívio nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. A moeda continua, contudo, cerca de 3% abaixo dos níveis registados antes do anúncio das tarifas conhecidas como “Dia da Libertação”.

Ajuste técnico ou tendência estrutural?

A recente desaceleração do índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA — que subiu apenas 0,2% — reforçou as expectativas de cortes adicionais nas taxas de juro por parte da Reserva Federal, que já se encontra em modo de espera estratégica para avaliar os efeitos da política comercial externa. Os mercados preveem agora uma redução acumulada de até 50 pontos base até ao fim do ano, com o próximo corte esperado para Setembro.

O alívio temporário no conflito tarifário entre Washington e Pequim também contribuiu para a recuperação parcial dos mercados, mas os analistas continuam cautelosos. A Commonwealth Bank of Australia antecipa uma subida adicional de 2% a 3% no índice do dólar nas próximas semanas, mas não espera um regresso aos níveis do início do ano, quando o índice rondava os 108,50 pontos.

Impacto nas moedas globais e percepção do risco

A moeda norte-americana perdeu 0,41% face ao iene, acumulando uma queda superior a 1% em dois dias, e recuou ligeiramente frente ao franco suíço. O euro e a libra esterlina mantiveram-se estáveis, mas o dólar continua a ser penalizado pelas preocupações com a errática gestão da política externa dos EUA.

Segundo estrategas da TD Securities, “qualquer recuperação táctica do dólar no segundo trimestre deverá ser encarada como oportunidade de venda”, antecipando um novo movimento de queda de 5% no segundo semestre, à medida que investidores globais procuram diversificar as suas exposições.

Credibilidade em risco?

Um elemento recorrente nas análises é o dano estrutural que a volatilidade da política externa norte-americana poderá estar a infligir ao estatuto do dólar como moeda-refúgio. O inquérito da Bank of America aos gestores de fundos globais indica que, em Maio, estes detinham a maior posição subponderada no dólar em quase duas décadas.

“Mais clareza em relação às decisões comerciais dos EUA poderá abrir caminho para cortes sustentados nas taxas de juro e ajudar a restaurar a confiança”, nota o relatório.

Fonte: O Económico

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