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Em comentário ao desempenho do PMI de Maio, o economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, advertiu que o sector privado moçambicano enfrenta “um cenário de crescimento fraco, volátil e sem robustez estrutural”. Apesar de alguma expansão pontual da produção e das encomendas, o contexto macroeconómico continua marcado por pressões fiscais, escassez de divisas e baixa confiança.
GNL Ainda Sem Ligações à Economia Real
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Segundo Mussá, a contribuição dos megaprojectos de gás natural liquefeito (GNL) permanece limitada, uma vez que a fase de construção possui “ligações fracas ao tecido económico nacional”. Os efeitos positivos só deverão começar a sentir-se na fase de exploração, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade do crescimento no curto prazo.
Crescimento Abaixo do Potencial
O Standard Bank prevê que o PIB de Moçambique cresça 3% em 2025 e 3,1% em 2026 — níveis apenas ligeiramente acima do crescimento populacional. Isto traduz uma recuperação sem tração suficiente para garantir uma melhoria significativa das condições de vida.
Crédito Fraco e Dinâmica de Investimento Limitada
Apesar da descida das taxas de juro em 2024 e da disponibilização de algumas linhas de financiamento, o crescimento do crédito à economia desacelerou para 4,3% em Março, confirmando que o investimento privado permanece tímido.
Mussá assinala que este cenário de crédito lento, conjugado com inflação contida e redução de stocks, sugere que as empresas estão em modo de contenção, e não de expansão.
O comentário de Fáusio Mussá sublinha um alerta importante: sem reformas estruturais, investimento robusto e melhor aproveitamento dos recursos energéticos, Moçambique continuará preso a ciclos de crescimento moderado e vulnerável a choques externos. O desempenho do PMI em Maio não é um sinal isolado — é o reflexo de uma economia a funcionar aquém das suas potencialidades.
Fonte: O Económico