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O Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu rever em alta as suas previsões para o crescimento económico global, mas alertou que os riscos negativos continuam a prevalecer, sobretudo devido às persistentes tensões comerciais e à elevada incerteza nos mercados. A actualização oficial do cenário macroeconómico será divulgada no final de Julho.
Falando a partir da reunião do G20, realizada na África do Sul, a Primeira Subdirectora-Geral do FMI, Gita Gopinath, sublinhou que embora haja sinais pontuais de melhoria das condições financeiras e uma ligeira recuperação do comércio internacional, os riscos descendentes ainda dominam o horizonte económico global.
O FMI prevê uma ligeira revisão em alta do crescimento global, após ter revisto em baixa as projecções em Abril:
Segundo Gopinath, este ajuste poderá reflectir os efeitos de um “front-loading” económico — ou seja, uma antecipação de actividades económicas antes da entrada em vigor de novas tarifas — bem como desvios no comércio internacional e melhorias nas condições financeiras em alguns mercados.
Apesar disso, as tensões comerciais, especialmente entre os Estados Unidos e os seus principais parceiros, continuam a dificultar a recuperação sustentada da economia global. “A incerteza mantém-se elevada e as perspectivas continuam frágeis”, reforçou a dirigente do Fundo.
FMI Recomenda Acção Estruturante E Cautela Monetária
Gita Gopinath exortou os países a resolverem as tensões comerciais e a corrigirem desequilíbrios internos, nomeadamente através da redução de gastos fiscais excessivos e da colocação das dívidas públicas em trajectórias sustentáveis.
O Fundo apelou igualmente à preservação da independência dos bancos centrais, uma das mensagens mais fortes do comunicado final do G20, num momento em que as decisões de política monetária voltam a ter impacto directo nas condições financeiras globais.
Mercado de Capitais e Endividamento: Situação Continua Frágil
O FMI reconheceu que os fluxos de capital para os mercados emergentes e em desenvolvimento continuam moderados, ainda que resilientes face à volatilidade e à incerteza de políticas. As condições de financiamento para muitos países permanecem apertadas, o que exige prudência e respostas coordenadas.
Para os países com níveis de dívida considerados insustentáveis, o Fundo reiterou o apelo a mecanismos de reestruturação da dívida mais céleres e eficientes, reforçando a necessidade de incluir os países de rendimento médio no âmbito do Quadro Comum de Reestruturação da Dívida do G20.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>O FMI admite melhorias marginais nas perspectivas económicas mundiais, mas mantém o tom de alerta. A estabilidade global dependerá da resolução das tensões comerciais, da responsabilidade fiscal e de uma governação monetária tecnicamente sólida e protegida de pressões políticas. O final de Julho trará dados mais actualizados, mas o aviso está lançado: a economia mundial continua a navegar em águas turbulentas.
Fonte: O Económico