Mais conhecido pelas suas esculturas feitas através de armas desactivadas, que apelam à paz, Gonçalo Mabunda apresenta desta vez, em pré-exposição, uma reflexão profunda sobre tudo o que empobrece os povos.
Com um título provocativo, pretende convidar o Homem à humildade e tocar a sua consciência sobre este a pobreza, um mal que assola a muitos. “Quando eu digo adivinho da pobreza, estou a tentar falar das pessoas que fazem a pobreza”, explicou. O artista plástico argumenta que todo indivíduo que ouvindo este título se sentir constrangido é o causador da pobreza.
Por outro lado, vira o cano para os políticos e dirigentes africanos que têm recorrido a métodos inconstitucionais para chegar ao poder. A crítica é feita através de uma cadeira totalmente feita de ferro e material bélico desactivado e reaproveitado. “Eu falo dos novos presidentes africanos que não aprendem. O trono não é via arma, o trono é dado”, concluiu.
Repleta de polissemia, a obra convida os apreciadores à promoção da paz e a ver Moçambique de forma diferente. Nas palavras de Moreira Chonguiça, que começou por dizer que o autor da obra já não pertence mais à família Mabunda, mas a Moçambique e ao mundo, devido a sua dimensão artística, a mais recente faz-nos esquecer os anos de guerra e lembra-nos que Moçambique está a caminho do desenvolvimento.
A classe empresarial, que também esteve no evento de pré-exposição, na noite desta terça-feira, no Centro Cultural Franco Moçambicano, instituição que assinala 30 anos de existência, defendeu a necessidade de apoiar a arte deste género e incentivar o consumo de produtos culturais nacionais.
Fonte: O País