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Indústria De Metais Enfrenta Custos Milionários Com Tarifas Dos EUA

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As tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre metais e equipamentos de mineração estão a gerar custos multimilionários e a obrigar empresas globais a rever cadeias de fornecimento e investimentos. Enquanto produtores de alumínio e cobre denunciam impactos severos, siderurgias norte-americanas celebram a medida como forma de fortalecer a produção doméstica.

O impacto imediato das tarifas

A decisão de Donald Trump, em junho, de duplicar para 50% as tarifas sobre o alumínio e o aço, e de aplicar 25% sobre automóveis e peças automotivas, está a pesar fortemente nas contas das empresas. A Alcoa reportou custos adicionais de US$ 115 milhões no segundo trimestre, forçada a redirecionar 100 mil toneladas da sua produção canadiana para fora do mercado norte-americano. Já a Rio Tinto contabilizou US$ 321 milhões em custos brutos associados às tarifas sobre alumínio primário.

No setor do cobre, a Freeport, maior produtora norte-americana, estima que as tarifas acrescentem cerca de 5% aos custos totais, enquanto os fabricantes de equipamentos mineiros enfrentam ainda maiores dificuldades. A Caterpillar avaliou os impactos no segundo trimestre entre US$ 250 e 350 milhões, com a perspetiva de que, até ao final de 2025, os custos adicionais cheguem a US$ 1,3–1,5 mil milhões. A empresa reportou uma queda de 22% no lucro operacional ajustado.

Uma indústria dividida

Ao contrário de produtores de alumínio e cobre, a indústria siderúrgica vê nas tarifas um instrumento de defesa estratégica. Lourenço Gonçalves, CEO da Cleveland-Cliffs, afirmou que “a aplicação rigorosa das tarifas da Secção 232 é absolutamente necessária, sem exceções”, sublinhando que só assim os EUA conseguirão manter uma indústria siderúrgica forte.

Ainda assim, os resultados mostram fragilidades. A Nucor viu o lucro líquido cair 6,6% para US$ 603 milhões, enquanto a Cleveland-Cliffs passou de um lucro de US$ 9 milhões para um prejuízo de US$ 470 milhões no trimestre. Mesmo penalizadas, estas empresas acreditam que a médio prazo a redução da dependência de importações irá favorecer a rentabilidade.

Ajustes estratégicos e novos riscos

As tarifas estão também a influenciar decisões de investimento e de cadeia de valor.

As tarifas norte-americanas estão a produzir um efeito paradoxal. Para uns setores, como o do alumínio e cobre, representam um pesado encargo que ameaça margens e competitividade internacional. Para outros, como o aço, funcionam como um instrumento de proteção, ainda que os resultados financeiros não mostrem ganhos imediatos.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>O denominador comum é claro: a indústria global dos metais entrou numa nova fase de incerteza e ajustamento, onde os custos, a reorganização das cadeias de abastecimento e as decisões de investimento estão a ser moldados pela política comercial de Washington.

Fonte: O Económico

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