A readmissão da LAM no IATA Clearing House (ICH), anunciada a 8 de Outubro, marca um ponto de viragem na trajectória recente da transportadora nacional. O ICH, gerido pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), é o principal sistema global de liquidação de pagamentos entre companhias aéreas, prestadores de serviços aeroportuários e fornecedores da indústria da aviação civil.
Segundo fontes do sector, esta readmissão “restaura a credibilidade financeira da LAM perante os seus pares e abre caminho para novas parcerias comerciais e técnicas”, devolvendo à empresa a capacidade de realizar transacções interline e acordos bilaterais com transportadoras internacionais.
“A reintegração no ICH simboliza um retorno da LAM à arena global, onde a confiança e a transparência financeira são fundamentais para a competitividade”, destacou uma fonte citada pela AIM.
Em paralelo, a companhia aérea nacional deu mais um passo na recuperação operacional, com a chegada ao país de uma aeronave Airbus A319 alugada em regime de wet lease — ou seja, com tripulação, seguro e manutenção incluídos no contrato. Proveniente da Ucrânia, o avião integra-se num plano emergente de recuperação de capacidade, visando assegurar a regularidade de voos domésticos e regionais, sobretudo nas rotas de Maputo-Pemba, Maputo-Tete e Maputo-Johannesburgo.
De acordo com o Club of Mozambique, a LAM opera actualmente com seis aeronaves ativas, das quais cinco são alugadas e uma Bombardier Q400 foi recentemente incorporada à frota. A nova aeronave alugada, segundo a mesma fonte, permitirá “mitigar os cancelamentos e atrasos que vinham afectando a confiança do público e das empresas”.
O modelo de gestão de leasing foi igualmente reforçado com o anúncio de um novo concurso para o aluguer de cinco aeronaves adicionais, no âmbito de uma estratégia temporária que procura garantir estabilidade operacional enquanto decorrem os processos de reestruturação interna e modernização técnica da empresa.
Em linha com esta estratégia, o Governo de Moçambique confirmou que prevê incorporar cinco novas aeronaves à frota da LAM até ao final do quarto trimestre de 2025. Esta medida, segundo fontes do Ministério dos Transportes e Comunicações, visa não apenas restaurar a cobertura nacional, mas também preparar a companhia para retomar rotas regionais estratégicas, como Tanzânia, Quénia e África do Sul.
O Executivo considera o reforço da frota um pilar essencial da reforma estrutural da LAM, que inclui a melhoria da pontualidade, o relançamento da imagem institucional e a preparação para futuras parcerias com investidores privados e companhias internacionais.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Com estas medidas, a LAM procura reconquistar a confiança dos passageiros, do mercado e dos parceiros internacionais, num momento em que a estabilidade operacional se torna determinante para o desenvolvimento do sector da aviação e para a integração económica de Moçambique.
Fonte: O Económico