Por: Gentil Abel
Moçambique celebra hoje o Dia da Vitória, uma das datas mais marcantes do calendário nacional, que assinala a assinatura dos Acordos de Lusaka, em 1974. O evento histórico representou o fim da luta armada de libertação nacional e abriu caminho para a independência, proclamada a 25 de junho de 1975.
A luta armada de libertação nacional, iniciada em 1964 e liderada pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), prolongou-se por uma década e mobilizou milhares de moçambicanos. O movimento tinha como objectivo pôr fim a quase cinco séculos de dominação colonial portuguesa. No entanto, a Vitória não foi alcançada apenas com armas, mas também através da diplomacia e da mobilização internacional.
Os Acordos de Lusaka foram assinados após a Revolução dos Cravos, em Portugal, que derrubou o regime ditatorial vigente e abriu espaço para negociações com as colónias africanas. Assim, em Lusaka, capital da Zâmbia, representantes da FRELIMO e do governo português chegaram a um entendimento que previa: cessar-fogo imediato, criação de um governo de transição, transferência progressiva do poder para a FRELIMO e preparação das condições para a proclamação da independência.
Por conseguinte, cinco décadas após a assinatura dos Acordos de Lusaka, o Dia da Vitória constitui hoje uma oportunidade para refletir sobre os desafios que o país enfrenta na actualidade. Desta feita, é necessário transformar o espírito de sacrifício dos heróis da pátria em inspiração para enfrentar os problemas contemporâneos, como a criação de mais oportunidades de emprego, a redução das desigualdades sociais e a garantia de estabilidade em todas as regiões do País.
Contudo, a celebração não se resume apenas à memória do passado. Pelo contrário, cinquenta e um anos depois, o Dia da Vitória mantém-se como uma referência de identidade nacional e de continuidade da luta pelo progresso.
