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OMS e parceiros juntam-se a Angola para responder surto de cólera no país

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A falta de saneamento básico é uma das barreiras no combate ao cólera em Angola
A Organização Mundial da Saúde, OMS, está apoiando Angola a enfrentar um surto de cólera que atingiu a maior parte do país africano de língua portuguesa.

Pelo menos 600 pessoas morreram. A taxa de óbito é de 3,2%, o que excede a barreira de 1% usada como indicador para tratamentos precoces e adequados dos pacientes com a infecção.

Cólera, transmissão hídrica

Ao todo, 17 das 21 províncias em Angola notificaram casos de cólera. A contaminação está afetando pessoas em todas as faixas etárias, mas a prevalência ocorre em pacientes abaixo dos 20 anos.

O supervisor de Promoção da Saúde em Angola, António Catunda, disse que uma das causas do aumento de casos é a falta de acesso à água limpa.

“Realmente, como sabes a cólera, o agente biológico é de transmissão hídrica. E por conta da precariedade, muito pouco dessa população não tem condição de comprar água. Seria o contrário, se tivéssemos aqui uma rede pública onde o munícipe pudesse tirar a água para o seu consumo, mas infelizmente nada.”

Falta de banheiros e água potável

A falta de saneamento básico é uma das barreiras no combate à doença como explicou a médica Adelaide Manico, coordenadora do Centro de Tratamento de Coléra em Sambizanga.

“A nossa população aqui não tem casas de banho. Fazem ainda os dejetos nas lixeiras. Não tem água potável. E pronto. É uma situação muito carente mesmo. Muito carente.”

O Ministério da Saúde de Angola, parceiros e a OMS estão cooperando para detecção dos casos, mobilização de equipes de resposta, participação da comunidade assim como campanhas de vacinação.

Meta é zerar os casos

Um dos trabalhadores das organizações parceiras, Adecos, que mobiliza as comunidades, o especialista Flávio Njinga, disse que os voluntários não irão parar enquanto os casos não forem zerados.

“Estamos cansados de ver mortes. Estamos cansados de ver pacientes com esses problemas. Nós também queremos descansar e não conseguimos. Desde o dia 13 de janeiro, quando começamos a luta com a cólera até agora estamos sempre a lutar. Então pelo menos queremos um dia de repouso. Não conseguimos repousar.  Somos a Resposta Rápida, então não vamos parar enquanto isso não acabar.”

O trabalho é feito no Bairro da Lixeira em Sambizanga, na província de Luanda, capital do país. Uma das preocupações para evitar a contaminação é com o gerenciamento do lixo e dejetos.

A queima do lixo ou o aterro tem sido foco da atenção de organizações como a Adecos e do Corpo de Bombeiros, que tem ajudado no mutirão para reduzir os casos de cólera em Angola.

Os voluntários também têm trabalhado com as crianças em ações de prevenção da infecção.

 

Fonte: ONU

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