Choques de produção e tensões comerciais afundam os preços do petróleo, enquanto gás e carvão enfrentam dinâmicas divergentes. Eis os destaques:
A desaceleração económica global e o aumento das tensões comerciais estão a alterar significativamente a trajectória dos preços energéticos em 2025, com implicações para mercados emergentes e para o planeamento energético global.
O mercado energético entrou em 2025 sob forte turbulência. A queda do preço do petróleo Brent em mais de US$ 12 por barril num período de apenas quatro dias em Abril — uma das piores quedas desde 1990 — reflecte a rápida deterioração da confiança na economia global. As tensões comerciais acentuadas e o aumento inesperado da produção por parte da OPEP+ contribuíram para esta reviravolta abrupta.
O Banco Mundial projecta uma queda de 17% nos preços globais da energia este ano, seguindo-se uma redução adicional de 6% em 2026. Esta tendência deverá ser impulsionada por uma desaceleração generalizada da procura, face à incerteza política e económica, e por uma maior oferta no mercado petrolífero.
No caso do gás natural, os preços nos EUA deverão subir acentuadamente, apoiados pela expansão das exportações, enquanto os preços europeus deverão apresentar aumento de 6% em 2025 antes de recuarem 9% em 2026. Por outro lado, os preços do carvão continuarão a declinar, com ampla oferta global e riscos de consumo abaixo do previsto, sobretudo na China e na Índia.
O relatório “Commodity Outlook” de Abril, 2025, do Banco Mundial, aponta ainda para riscos relevantes, como conflitos geopolíticos, sanções ao petróleo e eventos climáticos extremos, que podem provocar choques positivos nos preços. Contudo, uma desaceleração mais acentuada da economia global e políticas energéticas expansivas poderão exacerbar a pressão descendente.
Fonte: O Económico
