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Produção de GNL regional poderá quadruplicar até 2040 – S&P

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Produção poderá quadruplicar até 2040 e procura interna crescer mais de 400% até 2050; Moçambique já ultrapassou Angola como segundo maior produtor comercializado

O relatório At a Turning Point: Overview of Gas in Sub-Saharan Africa, da S&P Global Commodity Insights, apresenta a mais detalhada análise até hoje sobre o potencial do gás natural na África Subsariana. A região, que já assegura 7% da oferta global de gás natural liquefeito (GNL), poderá triplicar o seu peso no mercado mundial até 2050, ao mesmo tempo que enfrenta o desafio de transformar esse potencial em desenvolvimento interno, industrialização e acesso à energia.

Reservas e protagonismo regional
A África Subsariana detém três quartos das reservas recuperáveis de gás do continente, com destaque para Moçambique, Nigéria, Tanzânia, Senegal, Mauritânia e Angola. A Nigéria mantém a cadeia de valor mais estruturada, representando mais de 50% das vendas regionais. Contudo, Moçambique emerge como protagonista, ultrapassando Angola como o segundo maior produtor comercializado, graças ao arranque do Coral Sul LNG, liderado pela Eni.

Produção e custos
O relatório projecta que a produção regional poderá quadruplicar até 2040, com base em reservas já descobertas e condições de viabilidade económica. Todavia, a natureza dos recursos apresenta desafios: grande parte situa-se em offshore profundo e ultra-profundo, não associada ao petróleo. Isso significa custos de equilíbrio superiores a US$ 2/MMBtu, podendo ultrapassar US$ 6/MMBtu em jazidas mais complexas. Estes valores determinam a competitividade internacional e a atracção de investimento.

Exportações e mercados globais
No plano internacional, a África Subsariana assegurava em 2024 7% da oferta global de GNL, quota que poderá atingir 13% até 2050. A localização geográfica favorece exportações tanto para a Europa como para a Ásia, permitindo flexibilidade na colocação da produção conforme os preços mais vantajosos.
Países como Mauritânia e Senegal já lançaram um projecto transfronteiriço de GNL em 2025, confirmando a tendência de novos entrantes no mercado.

Procura doméstica: electrificação e industrialização
O relatório sublinha que a procura interna será o grande “ponto de viragem”. Governos africanos estão a introduzir regulações que promovem não apenas exportações, mas também consumo doméstico. A geração de energia eléctrica será o principal motor, com o gás a duplicar a sua participação na matriz energética até 2050, atingindo mais de 30% do mix regional.

A procura para geração eléctrica deverá crescer mais de 400% até meados do século, sustentando a electrificação de países com enormes défices de acesso. Apenas cinco países da região têm hoje o gás como componente relevante no seu mix energético.

Além da electricidade, governos pretendem usar o gás como matéria-prima industrial, sobretudo em sectores como siderurgia, mineração e fertilizantes, com impacto directo na industrialização e na diversificação económica.

Complexidades e riscos
Apesar do optimismo, a S&P alerta que grande parte das reservas continua não sancionada, o que significa que a exploração depende ainda de decisões finais de investimento. Entre os principais entraves, destacam-se:


O relatório conclui que a África Subsariana está perante um ponto de viragem histórico: transformar vastas reservas de gás em factor de crescimento económico, inclusão social e industrialização. Países como Moçambique estão no epicentro desta transição, mas a concretização do potencial dependerá da capacidade de navegar custos elevados, assegurar estabilidade regulatória e direccionar benefícios para os mercados domésticos.

Fonte: O Económico

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