Por: Alfredo Júnior
Mais de 77% dos deslocados internos na província de Cabo Delgado estão a sofrer de problemas psicológicos graves, segundo um relatório recente das Nações Unidas. A situação resulta de múltiplas deslocações forçadas, provocadas por ataques armados e fenómenos climáticos extremos, incluindo o ciclone Chido.
Apesar da gravidade do problema, apenas cerca de 20% dos deslocados têm acesso a algum tipo de apoio psicológico ou cuidados em saúde mental. O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) aponta que a escassez de profissionais qualificados, a falta de espaços seguros e as limitações nos serviços existentes são fatores determinantes para essa lacuna.
O relatório revela ainda que 60% dos deslocados são crianças, muitas desacompanhadas ou separadas dos pais. Estas enfrentam desafios adicionais, como traumas psicológicos e dificuldades de acesso à educação e cuidados de saúde básicos.
A recente onda de violência na região já forçou mais de 50 mil pessoas a abandonar as suas casas. Organizações humanitárias, incluindo os Médicos Sem Fronteiras (MSF), têm atuado para oferecer cuidados médicos, apoio psicológico e serviços essenciais de água e saneamento.
Especialistas alertam para a necessidade urgente de uma resposta coordenada e contínua, capaz de garantir assistência adequada às populações deslocadas e mitigar os impactos psicológicos do conflito e das calamidades naturais em Cabo Delgado. A comunidade internacional é chamada a intensificar esforços para apoiar estas populações e enfrentar esta crise humanitária.
Fonte: correiodamanhacanada
